Estudo da The Lancet prevê que apenas seis países terão níveis sustentáveis de nascimentos até 2100, aponta pesquisa da Fiocruz

Um estudo divulgado pela renomada revista britânica The Lancet trouxe dados preocupantes em relação aos níveis de nascimentos necessários para a reposição sustentável da população em diversos países. De acordo com a pesquisa, apenas seis países, o equivalente a 3% dos 204 países analisados, terão níveis sustentáveis de nascimentos até o ano de 2100. Esses países são Samoa, Somália, Tonga, Nigéria, Chad e Tajikistão.

O estudo, que considerou dados desde 1950 até 2021, projetou os números para 2050 e 2100. Ele foi realizado pelo Global Burden of Diseases (Carga Global das Doenças), um grupo de estudo internacional reconhecido.

A taxa de fertilidade considerada ideal para a reposição populacional é de 2,1 filhos por mulher ao longo da vida. Atualmente, apenas 46% dos países possuem uma taxa de fecundidade acima desse índice, com destaque para a África Subsaariana. Desde 1950, a taxa global de fecundidade caiu de 4,84 para 2,23 em 2021. As projeções futuras apontam para uma queda ainda maior, com 1,83 filhos em 2050 e 1,59 em 2100, o que resultará em uma diminuição das populações ao redor do mundo.

Países da Europa e América do Norte estão entre os mais afetados pela baixa taxa de fecundidade, o que pode acarretar em consequências econômicas e sociais significativas, como o envelhecimento da população e o declínio da força de trabalho. Como apontado pelo pesquisador entrevistado, esses países precisarão rever suas políticas de imigração para suprir a demanda por mão de obra jovem.

No caso do Brasil, a taxa de fertilidade também apresenta uma queda acentuada, passando de 5,93 filhos em 1950 para 1,93 em 2021. As projeções indicam uma queda para 1,57 em 2050 e 1,31 em 2100, abaixo da média mundial. Essas mudanças terão impactos econômicos e sociais relevantes, de acordo com o artigo publicado.

Portanto, medidas e políticas eficazes serão necessárias para lidar com os desafios decorrentes do declínio da taxa de fecundidade e do envelhecimento populacional em nível global.

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