Durante o seminário, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, reforçou a importância da demarcação e criticou a tese do marco temporal, que limita os direitos territoriais dos indígenas. Mesmo após o Supremo Tribunal Federal considerar essa tese inconstitucional, o Congresso Nacional aprovou uma lei que a validou, mas essa medida acabou sendo vetada pelo presidente e posteriormente derrubada pelos parlamentares.
A deputada Célia Xakriabá, por sua vez, destacou a necessidade da demarcação para a reparação dos povos indígenas e fez um apelo à Câmara dos Deputados para que priorize projetos voltados para a gestão ambiental, saúde e combate à violência contra as mulheres indígenas.
Além disso, os participantes do seminário defenderam a ampliação das candidaturas indígenas, alegando que é necessário ocupar os espaços políticos para garantir a representatividade e a defesa dos interesses indígenas.
O coordenador jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Maurício Terena, ressaltou a importância da construção coletiva da agenda indígena em parceria com o governo federal e o Parlamento. Ele criticou a falta de prioridade dada aos povos indígenas no país e alertou sobre os interesses econômicos que ameaçam suas terras.
O seminário, que contou com a participação de diversas lideranças indígenas, foi promovido pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados e buscou dar voz e visibilidade às demandas e lutas dos povos indígenas no Brasil.