Vírus de varíola dos macacos na África Central ganha capacidade de transmissão sexual, aponta estudo genômico não revisado.

Um novo estudo revelou que um tipo de vírus de varíola dos macacos está se espalhando na África Central e agora está sendo transmitido também por via sexual. De acordo com a pesquisa, que ainda não passou por revisão por pares, essa nova linhagem do vírus, denominada Clade I, que antes era transmitida principalmente por roedores, agora está se espalhando através de contato sexual.

Publicado recentemente no site medRxiv, o estudo analisou a evolução do vírus e descobriu semelhanças com o tipo de vírus que causou um surto global de varíola dos macacos em 2022. Os pesquisadores coletaram dados na República Democrática do Congo, entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, e descobriram que um surto de varíola dos macacos atingiu a região de Kamituga.

O surto na região de Kamituga revelou que o contato sexual se tornou uma via chave de infecção, com 29% dos casos confirmados relacionados a profissionais do sexo. Além disso, os pacientes afetados eram principalmente adolescentes e jovens adultos, o que difere de surtos anteriores da doença na região.

Historicamente, o Clade I do vírus de varíola dos macacos tem sido responsável pela maioria dos casos, mas em 2017 um outro tipo, o Clade II, surgiu na Nigéria e se espalhou de pessoa para pessoa, principalmente através de contato sexual.

Esta nova descoberta mostra a rápida evolução dos vírus e ressalta a importância da vigilância contínua e da pesquisa para prevenir a propagação de doenças infecciosas. Os especialistas alertam que embora ainda existam incertezas em relação a esses novos padrões de transmissão, é fundamental adotar medidas preventivas e estratégias de controle para conter a disseminação desses vírus cada vez mais adaptados e perigosos.

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