Segundo o deputado Luiz Carlos Hauly, a mobilização teve início em Curitiba, no dia 12 de janeiro de 1984, com a presença de 50 mil pessoas pedindo eleições diretas para presidente. Esse evento foi crucial para dar o pontapé inicial em um movimento nacional que clamava por mudanças e por uma democracia efetiva.
Para o presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Octávio Costa, o marco inicial das Diretas Já foi um comício no dia 27 de novembro de 1983, em São Paulo, que reuniu 15 mil pessoas no Pacaembu. Independentemente da divergência sobre a data de início, o que importa é que o movimento rapidamente se espalhou pelas principais cidades do país, mobilizando milhões de brasileiros.
As manifestações culminaram em uma grande passeata em São Paulo, no dia 6 de abril de 1984, onde aproximadamente 1,7 milhão de pessoas marcharam da Praça da Sé até o Vale do Anhangabaú. Esse evento foi descrito como a maior manifestação pública do século XX no Brasil pelo deputado Pedro Uczai.
Apesar da rejeição da proposta de eleições diretas na Câmara dos Deputados em 1984, o movimento Diretas Já foi considerado uma vitória pela redemocratização do país. A pressão popular levou o então presidente militar, general João Batista Figueiredo, a apresentar uma nova proposta que resultou na eleição de Fernando Collor de Melo em 1989.
Na celebração dos 40 anos do movimento Diretas Já, os participantes ressaltaram a importância de fortalecer a democracia e buscar formas de incluir mais o povo na tomada de decisões políticas. Propostas como listas partidárias e orçamento participativo foram defendidas como maneiras de aprimorar a representatividade democrática.
A sessão solene em homenagem aos 40 anos do movimento Diretas Já contou com a ausência dos deputados Maria do Rosário e Alexandre Lindenmeyer, que estavam no Rio Grande do Sul auxiliando as vítimas de enchentes no estado. A importância histórica desse movimento para a democracia brasileira continua sendo lembrada e reverenciada até os dias atuais.
