Risco iminente: audiência pública debate preocupações com barragem da Vale em Ouro Preto (MG) – Câmara dos Deputados

Na última terça-feira, dia 07 de maio de 2024, uma audiência pública na Câmara dos Deputados levantou preocupações sobre o risco de rompimento da barragem de rejeitos Forquilha III, pertencente à Vale S.A., localizada em Ouro Preto, Minas Gerais. A discussão foi promovida pela comissão externa da Câmara dos Deputados, que tem como objetivo fiscalizar os rompimentos de barragens, a pedido do deputado Padre João (PT-MG).

Durante a audiência, o procurador da República Bruno Nominato de Oliveira afirmou que a barragem deveria ter sido eliminada, apesar do prazo estabelecido para isso ser apenas em 2035, pois ela apresenta instabilidade desde 2019. Oliveira enfatizou a responsabilidade da empresa em informar a população sobre os riscos e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança.

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A Agência Nacional de Mineração visitou a barragem Forquilha III em razão de uma anomalia detectada em março, que resultou em vazamento de material em um dreno com alta concentração de ferro. Embora a falha tenha sido corrigida, especialistas alertaram que a situação da barragem exige monitoramento constante devido ao risco iminente de ruptura.

O superintendente de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, Luiz Paniago Neves, esclareceu que o problema corrigido foi apenas paliativo e que a barragem segue em nível 3 de risco desde 2019, indicando a iminência de um colapso. Diante desse cenário, a manutenção da barragem precisa ser realizada remotamente, devido ao risco de rompimento que poderia afetar o abastecimento de água em Belo Horizonte, entre outros impactos ambientais.

Durante a audiência, questionamentos foram levantados em relação à falta de transparência da Vale e à ausência de representantes da empresa e da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais no evento. O deputado Domingos Sávio (PL-MG) ressaltou a importância da mineração, mas destacou que a atividade deve ser realizada com responsabilidade e segurança.

Diante da gravidade da situação, a sociedade e autoridades competentes devem se manter vigilantes e cobrar das empresas o compromisso com a segurança e a transparência em suas operações. A população de Ouro Preto e regiões próximas precisa ter a garantia de que medidas eficazes são adotadas para evitar uma tragédia semelhante às ocorridas em Mariana e Brumadinho.

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