Projeto de Lei 3763/23 propõe a criação de delegacias especializadas em conflitos agrários para combater a impunidade.

Na última terça-feira, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3763/23, que estabelece a criação de delegacias especializadas para lidar com conflitos agrários. Segundo o deputado Delegado Fabio Costa (PP-AL) e outros 40 parlamentares, a falta de delegacias específicas para esses casos favorece a impunidade.

De acordo com o texto aprovado, as delegacias deverão atuar na repressão e exercer a atividade de polícia judiciária em situações de crimes patrimoniais e crimes decorrentes de conflitos agrários que envolvam violência ou grave ameaça. O projeto define conflito agrário como as divergências entre pessoas físicas ou jurídicas detentoras de imóveis e trabalhadores rurais sem terra.

Além disso, a proposta permite que os estados utilizem recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para a criação dessas delegacias especializadas, em uma abordagem semelhante à existente para as delegacias da mulher, conforme determinado pela Lei 14.541/23.

Um ponto destacado durante a discussão foi o parecer favorável do relator, deputado Vicentinho Júnior (PP-TO), que ressaltou a importância das delegacias especializadas na prevenção e repressão de crimes relacionados aos conflitos agrários, visando combater a impunidade.

No entanto, houve discordância em relação ao projeto, com o deputado Marcon (PT-RS) apresentando um voto em separado contrário ao texto. Para ele, a definição de conflito agrário adotada no projeto é equivocada, pois, em sua visão, estabelece os trabalhadores rurais sem terra como os vilões a serem reprimidos, deixando de lado a proteção territorial e pessoal das comunidades tradicionais.

O Projeto de Lei 3763/23 agora seguirá tramitação em caráter conclusivo, passando ainda pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A proposta busca, entre outros aspectos, reduzir a impunidade e garantir um tratamento adequado aos conflitos agrários, contribuindo para um cenário mais justo e seguro no campo.

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