Durante a reunião, representantes do Conselho Federal de Farmácia e outras entidades do setor de saúde expressaram preocupações em relação a alterações na legislação vigente. O movimento Exija a Bula, representado por Alexandre Rolf de Moraes, destacou a importância de manter a bula impressa, argumentando que a maioria dos consumidores prefere esse formato. Ressaltou-se também a questão da acessibilidade, uma vez que nem todos os cidadãos têm habilidades tecnológicas para acessar a bula digital.
Por outro lado, a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais defendeu a bula digital como uma medida inclusiva para pessoas com deficiência visual e iletrados. Argumentou-se que a videobula e a audiobula tornam as informações sobre os medicamentos acessíveis a um público mais amplo, especialmente considerando a parcela da população que não possui acesso à internet ou possui baixa escolaridade.
A deputada Jandira Feghali, autora do projeto que busca obrigar a presença da bula em papel, defendeu a modificação na legislação, ressaltando que o direito à informação não pode ser restrito. No entanto, outros parlamentares manifestaram discordância em relação a essa posição, argumentando que a bula digital poderia trazer benefícios, especialmente em termos de acessibilidade e sustentabilidade.
Diante desse cenário de debates e divergências de opiniões, a questão da bula de medicamentos permanece em discussão no âmbito legislativo, com diferentes atores defendendo seus pontos de vista e buscando um equilíbrio entre a informação, a tecnologia e a saúde pública. A decisão final sobre a manutenção ou eliminação da bula impressa dependerá da análise e deliberação dos órgãos competentes, levando em consideração os interesses e necessidades da sociedade como um todo.