A deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou a importância da reforma tributária atuar no combate à desigualdade de gênero no Brasil. Ela defendeu que a política tributária reflita o compromisso do governo em beneficiar a alimentação das mulheres, especialmente as mulheres negras. Kokay enfatizou a necessidade de políticas públicas que enfrentem o racismo, o patriarcalismo, o sexismo e a destruição ambiental, com um recorte de gênero que favoreça as mulheres, que são responsáveis pelos cuidados domésticos.
A advogada e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Tathiane Piscitelli, sugeriu que a reforma tributária amplie a taxação de bebidas açucaradas para incluir energéticos, sucos com açúcar adicionado e bebidas lácteas, além de refrigerantes. Ela também defendeu a retirada de alimentos ultraprocessados da lista de produtos beneficiados com uma tributação menor, argumentando que o consumo desses alimentos sobrecarrega as mulheres, que muitas vezes são responsáveis por cuidar de pessoas doentes.
Laura Cury, coordenadora da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), destacou a importância de garantir um imposto seletivo sobre produtos como tabaco, álcool e ultraprocessados para combater a desigualdade de gênero. Ela também criticou a publicidade que promove o consumo de bebidas alcoólicas como forma de empoderamento das mulheres, ressaltando que a taxação dessas bebidas pode contribuir para evitar a violência contra as mulheres.
Neuraci Valadares, representante da Associação Mães Guerreira da Cidade Estrutural (DF), e Dulce Maria Pereira, assessora do Ministério das Mulheres, também defenderam a taxação de bebidas alcoólicas e a importância de benefícios fiscais que priorizem produtos da cesta básica e não favoreçam indústrias alimentícias prejudiciais à saúde.
A audiência pública reforçou a necessidade de uma reforma tributária que leve em consideração as desigualdades de gênero e promova políticas que beneficiem as mulheres, não apenas no aspecto econômico, mas também no social e familiar.