Inundações no Rio Grande do Sul: mais de 570 mil desalojados e 172 mortos em tragédia que ainda exige ajuda e prevenção.

No dia 5 de junho de 2024, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Luciano Boeira, apresentou um balanço alarmante sobre a situação do estado após as inundações que começaram no fim de abril. Mais de um mês após o início da tragédia, o Rio Grande do Sul ainda contabiliza 572 mil pessoas desalojadas, mais de 30 mil em abrigos, 41 desaparecidas e 172 mortos, com tendência de aumento.

De acordo com Boeira, 95 municípios gaúchos ainda se encontram em estado de calamidade e 323 em situação de emergência. A região sul do estado continua sofrendo com a cota de inundação devido à água do Guaíba, que traz consequências até hoje. Durante o auge da inundação, 15 barragens ficaram sob pressão e a Usina 14 Julho sofreu um rompimento parcial.

Os impactos das inundações foram devastadores, com mais de 28 mil pontos sem energia elétrica, 40 bloqueios totais e 56 parciais em rodovias federais e estaduais. O aeroporto Salgado Filho permanece interditado e a alternativa de voos comerciais pela Base Aérea de Canoas ainda é insuficiente.

Quanto às doações, Boeira destacou que, neste momento, itens como água potável e roupas não são mais a prioridade, mas sim alimentos, colchões, kits de limpeza e higiene. Até o momento, 592 abrigos públicos em 81 cidades estão em funcionamento no estado.

Durante a audiência, foi discutida a Proposta de Emenda à Constituição 44/23, que prevê a destinação de 5% das emendas parlamentares no enfrentamento de catástrofes naturais. O relator da proposta, deputado Gilson Daniel, prevê um volume de recursos significativo para prevenção, preparação e ações pós-desastre.

O debate contou com a presença de comandantes da Defesa Civil de diversos estados, que enfatizaram a importância do apoio financeiro para fortalecer as atividades dos bombeiros e garantir ações preventivas. Tatiana Rocha, da Defesa Civil de São Paulo, sugeriu a proteção dos recursos destinados à defesa civil contra contingenciamento.

Os comandantes de Defesa Civil também propuseram mecanismos de monitoramento e transparência na utilização desses recursos. A PEC 44/23 visa melhorar a resposta a desastres naturais e fortalecer a atuação dos órgãos competentes diante de situações de emergência.

Em meio a essa crise humanitária, o estado do Rio Grande do Sul e suas populações afetadas contam com o apoio do governo e de parlamentares para se recuperarem e se prepararem para futuras calamidades naturais. A solidariedade e a cooperação de todos são fundamentais para superar os desafios decorrentes das intempéries climáticas.

Por José Carlos Oliveira, para a Câmara dos Deputados.

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