Durante o seminário, os participantes reivindicaram uma maior participação da sociedade na elaboração de políticas públicas relacionadas ao clima, destacando a importância do conhecimento das comunidades afetadas por desastres climáticos. O coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, enfatizou que as pessoas que vivem nessas regiões são as mais indicadas para criar soluções e estratégias de permanência.
Foi destacada também a necessidade de prevenção a tragédias climáticas sem resultar em mais violência contra as populações vulneráveis, como negros, indígenas e quilombolas. Os participantes ressaltaram que a retirada das pessoas de seus lares não é a solução, sendo fundamental a atuação do poder público para criar condições de permanência.
Durante o evento, foi discutida a falta de estrutura e preparo em áreas de risco, evidenciando um problema de racismo ambiental. A representante da Rede por Adaptação Antirracista, Thaynah Gutierrez, lamentou a falta de coordenação unificada do governo federal na elaboração de políticas de prevenção e reparação de danos causados por eventos climáticos extremos.
Mapas apresentados durante o seminário mostraram a correlação entre áreas de riscos ambientais e população negra, evidenciando a desigualdade no enfrentamento das mudanças climáticas. O evento terá continuação na próxima quinta-feira, com a presença de representantes do governo federal.
A reportagem sobre o seminário foi realizada por Maria Neves, com edição de Geórgia Mores. O debate promovido na Câmara dos Deputados se mostrou crucial para colocar em pauta a importância da adaptação climática e da participação social na construção de políticas públicas mais inclusivas e eficientes.