Durante a audiência, o chefe da divisão técnica ambiental do Ibama, Rodrigo Dutra da Silva, explicou que a Cobasi foi autuada e multada em quase R$ 100 mil por maus-tratos aos animais. Segundo ele, a empresa não evacuou adequadamente os animais, deixando-os no subsolo do shopping, que foi inundado pelas águas das enchentes. Rodrigo Dutra da Silva ressaltou que houve falta de um plano de evacuação adequado por parte da Cobasi.
Além disso, a delegada de Proteção ao Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Samieh Saleh, revelou durante a audiência que equipamentos eletrônicos, como computadores e máquinas de cartão de pagamento, foram retirados antes do alagamento, levantando suspeitas sobre a preocupação da empresa com os animais.
Os deputados presentes na reunião, como o Delegado Matheus Laiola e Marcelo Queiroz, criticaram a postura da Cobasi, que não compareceu à comissão e enviou apenas uma nota em resposta às acusações. Para eles, houve uma clara omissão por parte da empresa, que priorizou equipamentos eletrônicos em detrimento dos animais.
Além das questões levantadas durante a audiência, especialistas alertaram para a necessidade de uma regulamentação mais rígida da comercialização de animais e do agravamento da pena de maus-tratos, que atualmente é de apenas 3 meses a um ano de detenção, geralmente convertida em pagamento de cesta básica ou prestação de serviço.
A tragédia envolvendo a Cobasi e a morte dos animais durante as inundações no Rio Grande do Sul trouxe à tona questões importantes sobre a proteção dos animais em situações de desastres naturais e a responsabilidade das empresas em garantir a segurança e o bem-estar dos seres vivos sob sua guarda. A audiência na Câmara dos Deputados foi um passo importante para debater e buscar soluções para evitar que casos como esse se repitam no futuro.
