Comissão da Câmara aprova PEC que criminaliza posse de droga; texto segue para análise em comissão especial.

Na última quarta-feira (12/06/2024), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou por 47 votos a 17 a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição 45/23, que visa criminalizar a posse e o porte de qualquer quantidade de droga. Essa proposta, que já passou pelo Senado, ainda precisa ser analisada por uma comissão especial e ser votada em dois turnos pelo Plenário.

De acordo com a PEC 45/23, será necessário avaliar as provas para determinar se a pessoa flagrada com drogas será considerada traficante ou usuário. Atualmente, a Lei Antidrogas trata como crime a compra, guarda, transporte ou posse de drogas para consumo pessoal, com punições que incluem advertência sobre os efeitos das drogas e prestação de serviços à comunidade.

Caso a proposta seja aprovada, a criminalização do usuário será incluída na Constituição, o que a colocará acima da Lei Antidrogas. A discussão sobre a PEC ganhou destaque após o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciar o debate sobre a descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha.

Durante a análise da proposta na CCJ, houve opiniões divergentes. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) expressou sua preocupação sobre a inclusão de um tema relacionado às drogas no capítulo da Constituição que trata dos direitos individuais e coletivos.

Por outro lado, o relator da PEC, deputado Ricardo Salles (PL-SP), defendeu a proposta e afirmou que o texto deveria ser ainda mais rigoroso, equiparando usuários e traficantes. Salles alega que os usuários financiam o tráfico e acredita que ambos devem ser responsabilizados.

Diante dessas divergências, a deputada Julia Zanatta (PL-SC) argumentou que os opositores estão exagerando e afirmou que os usuários de drogas raramente são presos, mas sim submetidos a audiências e prestação de serviços comunitários.

Com a promulgação da nova regra, é possível que o tema seja alvo de discussão na Justiça, levando à judicialização da questão. A expectativa é que a proposta seja debatida com profundidade antes de ser oficializada como lei.

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