Diretor da AIEA vê momento histórico para a energia nuclear e destaca importância da fonte no combate às mudanças climáticas

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Mariano Grossi, participou de uma audiência conjunta realizada nesta quarta-feira (19) na Câmara dos Deputados, onde afirmou que há um momento histórico nos debates sobre energia no mundo e uma oportunidade de expansão global da fonte nuclear. Durante o evento, Grossi destacou que a energia nuclear deve ser acelerada e não apenas tolerada, e ressaltou que a nuclear deve avançar paralelamente às energias renováveis.

De acordo com o diretor da Aiea, a energia nuclear já representa 30% das energias limpas produzidas no mundo e a tendência é de crescimento, especialmente com o desenvolvimento de novas tecnologias, como as de pequenas usinas. Ele citou avanços significativos na China, Índia, Rússia, Turquia e Egito em relação à construção de novos reatores nucleares.

No contexto brasileiro, o presidente da Eletronuclear, Raul Leite, destacou o potencial das usinas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que têm capacidade para gerar 3 gigawatts de energia. Leite prevê a conclusão da usina de Angra 3 até 2030, desde que os entraves burocráticos sejam superados. Ele ressaltou a importância da energia nuclear na transição energética do país, comparando o pré-sal de urânio brasileiro ao petróleo.

Durante a audiência, diversos palestrantes apresentaram os benefícios da energia nuclear nas áreas de saúde, alimentos e militares, e destacaram a importância de superar os desafios de pessoal e orçamento. A influenciadora digital de energia nuclear, Isabelle Boemeke, criou o movimento Save Clean Energy para combater críticas ao lixo nuclear e impedir o fechamento prematuro de usinas nucleares.

O presidente da Comissão Especial de Transição Energética, deputado Arnaldo Jardim, acredita na expansão do uso da energia nuclear no Brasil até a COP-30 sobre Mudança do Clima, prevista para o próximo ano em Belém do Pará. Ele destacou a importância da energia nuclear para o futuro do país, juntamente com a matriz energética limpa e o protagonismo nos biocombustíveis.

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