Repórter Recife – PE – Brasil

Avanço da representatividade feminina na política é tema de debate entre parlamentares do P20 em Maceió.

No último dia do encontro de mulheres parlamentares do P20, em Maceió (AL), o debate sobre a ampliação da participação feminina na política foi uma das pautas mais importantes. Parlamentares discutiram os avanços obtidos através das políticas de cotas para candidatas, que têm contribuído significativamente para aumentar a representatividade política feminina em diferentes partes do mundo.

Durante o evento, coordenado pela instância legislativa do G20, grupo que reúne os países mais desenvolvidos, a representante da ONU no Brasil, Silvia Rucks, ressaltou a importância da participação das mulheres na política como um direito humano fundamental. Segundo ela, a violência política é um dos principais obstáculos que as mulheres enfrentam ao ocupar cargos de poder, com mais de 80% das parlamentares já tendo sofrido algum tipo de violência relacionada à sua atuação política.

No cenário brasileiro, apesar dos avanços na diversidade de mulheres eleitas, com destaque para a representação de mulheres indígenas, negras e transgênero, a representante da ONU Mulheres, Cecília Alemany, destacou a redução da presença política feminina nas mídias sociais devido à violência digital. A senadora Soraya Thronicke, do Podemos-MS, também relatou dificuldades enfrentadas no Brasil, especialmente em relação ao percentual de cotas para mulheres na política e experiências de violência política.

Diversos países compartilharam suas experiências e avanços na promoção da igualdade de gênero na política. O México, por exemplo, estabeleceu cotas para candidaturas de mulheres e punições para partidos que não cumprem esses percentuais mínimos. Nos Estados Unidos, as mulheres têm alcançado a maior representação da história, com 154 congressistas, enquanto na Itália, a representação feminina saltou de 5% para 33% nas últimas décadas.

Apesar dos desafios e resistências encontrados em diferentes países, como a Índia, a China, a Coréia do Sul, Cabo Verde, Portugal e Moçambique, fica evidente a importância de políticas que promovam o equilíbrio de gênero na política. O próximo encontro do Parlasul, no Paraguai, promete reunir mais uma vez as mulheres parlamentares em torno da busca pela paridade de gênero na política regional.

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