Projeto de Lei Complementar 108/24 prevê obrigatoriedade de União, estados e municípios seguirem decisões do Comitê Gestor do IBS.

Nesta terça-feira (02), durante uma reunião do Grupo de Trabalho sobre o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) adiantou detalhes sobre o Projeto de Lei Complementar 108/24. De acordo com Benevides, o projeto vai prever a obrigatoriedade de que União, estados e municípios sigam as decisões do grupo, que será responsável por harmonizar as interpretações sobre a legislação da nova tributação sobre consumo.

A preocupação das empresas em relação a decisões de fiscalização diferentes em casos parecidos também foi abordada durante a audiência pública. O deputado ressaltou a importância da segurança proporcionada pela uniformidade das decisões, afirmando que “se a legislação é única, a decisão tem que ser única”.

Além disso, Mauro Benevides destacou que os contribuintes terão uma maior presença no comitê gestor, e que será assegurada uma participação mínima de mulheres nas diretorias. O IBS será o tributo sobre consumo de estados e municípios, enquanto a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será da responsabilidade da União.

Durante a reunião, o Secretário de Economia de Goiás, Francisco Nogueira, solicitou que a correção do financiamento feito pela União para a instalação do comitê gestor seja feita pelo IPCA, ao invés da taxa de juros básica (Selic). No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discorda da mudança, alegando que qualquer subsídio financeiro afetará as metas fiscais do governo federal.

Outros pontos importantes levantados durante a reunião foram as sugestões de mudanças no projeto feitas pelo Secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, Leonardo Lobo, e pela Diretora da Receita do Paraná, Suzane Gambetta. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) pretende apresentar emendas para tornar mais claras as diretrizes sobre a progressividade tributária do imposto estadual sobre doações e heranças, enquanto o Assessor da Receita de Minas Gerais, Ricardo Oliveira, defendeu a permanência do mecanismo da substituição tributária em alguns casos.

A reunião foi marcada por discussões e debates acalorados sobre as questões tributárias que impactam diretamente a economia do país. As propostas apresentadas pelos participantes visam garantir uma maior eficiência e transparência no sistema tributário, buscando um equilíbrio entre os interesses dos diversos entes federativos. A expectativa é de que o Projeto de Lei Complementar 108/24 traga avanços significativos nesse sentido, contribuindo para a simplificação e modernização da legislação tributária brasileira.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo