As UPs, que são compostas por 17 unidades de pesquisa vinculadas ao ministério, têm sido destaque em rankings internacionais de pesquisa, no entanto, enfrentam dificuldades financeiras. De acordo com o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Márcio Albuquerque, o orçamento das UPs não tem acompanhado a inflação, o que tem impactado negativamente nas atividades dessas unidades.
Ao longo dos últimos anos, o orçamento das UPs teve um aumento de apenas 4,3%, enquanto a inflação chegou a 62% no mesmo período. Esse descompasso tem prejudicado o funcionamento e a manutenção das unidades, que atualmente contam com 1.881 servidores, número inferior aos mais de três mil servidores de 2010.
A ausência de contratações ao longo de 12 anos também foi destacada durante a audiência, impactando a transmissão de conhecimento entre as gerações. O secretário de Gestão e Inovação do Ministério, Roberto Pojo, afirmou que a intenção da pasta é dar posse a 800 servidores no ministério como um todo, mas reconheceu que a falta de concursos prejudicou a atuação das UPs.
O debate contou também com o apoio de parlamentares, que defenderam a ampliação dos recursos para ciência e tecnologia. O deputado Reimont, que propôs a audiência, ressaltou a importância de investimentos em infraestrutura de ciência e tecnologia para o desenvolvimento do país.
Durante a discussão, também foi abordada a necessidade de reajuste das bolsas do Programa de Capacitação Institucional (PCI), operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que não foram atualizadas no governo atual. A subsecretária de Unidades de Pesquisa e Organização Social do MCTI destacou o compromisso em encontrar soluções para as demandas apresentadas.
Em resumo, a audiência pública revelou a urgência em ampliar o investimento e apoio às UPs para garantir a continuidade das pesquisas e a excelência científica no país.