Entidades do setor elétrico pedem diversificação de tecnologias em leilão de reserva de capacidade para garantir concorrência e menor preço.

Na tarde desta quinta-feira, representantes de entidades do setor elétrico estiveram reunidos na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para debater a diversificação das tecnologias que poderão participar do Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência (LRCAP), agendado para o segundo semestre deste ano.

Dentre as tecnologias que pleiteiam participar do leilão estão as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas eólicas e solares associadas a sistemas de armazenamento de energia em grandes baterias, entre outras. A discussão foi conduzida a pedido do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que preside a comissão.

O LRCAP tem como objetivo a contratação de potência adicional para garantir o fornecimento de energia nos horários de pico de consumo no país, sendo acionadas somente nesses momentos. No entanto, a minuta da portaria que define as diretrizes do leilão, aberta para consulta pública em março, prevê a contratação de potência apenas de usinas térmicas ou hídricas, novas ou existentes, com a entrega prevista para começar em 2027.

Durante a audiência pública, o presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), Markus Josef Vlasits, destacou a importância de um portfólio diversificado de tecnologias para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e criticou a possível monopolização do leilão por uma única fonte. Opinião semelhante foi compartilhada pelo presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia.

Por sua vez, representantes do governo enfatizaram que a prioridade do leilão é garantir a segurança do sistema elétrico, sem interrupções para os consumidores, justificando a escolha, neste momento, pelas fontes térmica e hídrica. Thiago Barral, secretário nacional de transição energética e planejamento do Ministério de Minas e Energia, ressaltou a preocupação em associar segurança e confiabilidade no fornecimento de energia com a flexibilidade operativa das usinas.

Em meio a tantos debates e argumentações, o deputado Hugo Leal ressaltou a complexidade do assunto, mas destacou que, para o consumidor, o mais importante é ter energia de forma eficiente e a preços acessíveis. O parlamentar reforçou a importância de levar informações claras à população sobre as alternativas em debate e expressou o desejo de compreender e definir o caminho a ser percorrido para garantir um sistema energético eficaz no país.

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