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Depoimento de Domingos Brazão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados expõe conspiração para incriminação dos irmãos Brazão

Na noite de terça-feira, dia 16 de julho de 2024, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi palco de um depoimento importante. Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, prestou seu testemunho por videoconferência nesse órgão que zela pela ética e decoro parlamentar, no processo que avalia o pedido de cassação do mandato de seu irmão, o deputado Chiquinho Brazão, do Rio de Janeiro.

Durante seu depoimento, Domingos Brazão destacou que os irmãos Brazão são vítimas de uma conspiração, alegando que policiais teriam fabricado um dossiê falso para incriminá-los. Segundo suas declarações, um policial federal e dois ex-policiais civis teriam recebido favores de um ex-vereador para incriminá-los.

Os irmãos Brazão estão detidos desde março, sob a acusação de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Em sua defesa, Chiquinho Brazão afirmou ter mantido uma relação positiva com Marielle durante o período em que trabalharam juntos na Câmara de Vereadores do Rio.

Durante o depoimento, as testemunhas de defesa e o advogado do deputado buscaram desvincular a imagem de Chiquinho Brazão de possíveis ligações com grupos milicianos no Rio de Janeiro. O ex-vereador Carlos Alberto Lavrado Cupello, conhecido como Tio Carlos, refutou a ideia de que seria necessário pertencer a milícias para atuar nas comunidades da Zona Leste do Rio, onde o político tem sua base eleitoral.

Outros parlamentares presentes no Conselho de Ética, como o deputado Chico Alencar, do Psol, destacaram que, embora haja influência das milícias nessas regiões, essa relação não é absoluta. Alencar ressaltou que a família Brazão obteve um número expressivo de votos nessas áreas, em comparação com candidatos de partidos de esquerda.

No decorrer dos depoimentos, tanto os acusados quanto as testemunhas negaram veementemente qualquer envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Domingos Brazão afirmou categoricamente que nunca teve contato com a vereadora.

A sessão contou com a presença da imprensa, e a reportagem ficou a cargo de Maria Neves, com a edição a cargo de Pierre Triboli. O depoimento de Domingos Brazão e as argumentações apresentadas pelas testemunhas de defesa e advogados do deputado contribuíram para um debate intenso no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

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