Segundo Rodrigo de Jesus, a situação dos inadmitidos no aeroporto, que era considerada excepcional, tornou-se comum. Antes da pandemia, os números de pessoas inadmitidas no Brasil não passavam de 2 mil por ano. No entanto, o delegado destacou que mais de 70% dos inadmitidos que pedem refúgio são indianos, nepaleses e vietnamitas.
Uma prática irregular identificada por Rodrigo de Jesus é a de estrangeiros que tentam ir para outro país, são inadmitidos, retornam ao Brasil e buscam ajuda para pedir refúgio. Isso configura um uso indevido da isenção de visto de trânsito oferecida pelo Brasil. Apenas 1,4% das pessoas que pediram refúgio nos últimos meses permanecem no sistema, a maioria deixou o país ou está em situação irregular.
A diretora do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça, Luana Medeiros, destacou que o governo está se estruturando para lidar com o aumento do número de pedidos de refúgio, buscando garantir uma abordagem digna e adequada para os inadmitidos que passam dias ou semanas no aeroporto. O deputado Túlio Gadêlha e a senadora Mara Gabrilli demonstraram preocupação com as condições de vida dessas pessoas e pediram medidas para melhorar a assistência oferecida.
O procurador da República Guilherme Rocha ressaltou a necessidade de modificar a legislação para diferenciar quem realmente é refugiado, evitando situações que possam expor as pessoas a riscos e envolvimento com organizações criminosas. A situação dos pedidos de refúgio no aeroporto de Guarulhos continua sendo um desafio para as autoridades, que buscam soluções para lidar com essa realidade complexa e delicada.