Debate na Câmara dos Deputados discute impacto da importação de pneus no mercado nacional de veículos de carga e de passeio

Na última quarta-feira (12/09/2024), a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados foi palco de um intenso debate envolvendo produtores de borracha, fabricantes nacionais de pneus, caminhoneiros e importadores do produto. O tema central da discussão foi a crescente participação de pneus importados no mercado brasileiro, que tem gerado uma disputa acirrada entre os atores envolvidos.

De acordo com informações apresentadas durante a audiência pública, nos últimos quatro anos a presença de pneus importados no mercado de veículos de carga aumentou de 15% para 47%, enquanto nos veículos de passeio o aumento foi ainda maior, passando de 27% para 62%. Esses pneus são majoritariamente provenientes de países como China, Vietnã, Índia e Malásia, sendo vendidos a preços mais baixos do que os produzidos nacionalmente e com reduções de até 20% nos últimos dois anos.

A Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip) ressaltou que o Brasil é o maior polo de produção de pneus na América Latina, contando com 11 empresas e 21 fábricas em sete estados. Esse setor movimenta cerca de 5,2 bilhões de reais em impostos anualmente e sustenta aproximadamente 32 mil empregos diretos e 500 mil indiretos.

Diante desse cenário, representantes da indústria nacional têm defendido o aumento da tarifa de importação como forma de garantir a competitividade dos produtos fabricados no país. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) está analisando a possibilidade de elevar a alíquota de importação de 16% para 35%, medida que, segundo especialistas, impactaria o preço dos importados em 16,4%, trazendo um aumento de 0,03% a 0,05% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Por outro lado, os importadores argumentam que a elevação dos impostos pode prejudicar a competitividade dos produtos brasileiros, afetando setores como o transporte rodoviário, que já enfrenta altos custos operacionais. A busca por uma solução equilibrada e justa para todas as partes envolvidas tem sido o foco das discussões na tentativa de encontrar uma saída que atenda aos interesses da indústria nacional, dos caminhoneiros e dos consumidores.

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