Durante a reunião, Arthur Lira expressou a preocupação da Câmara dos Deputados em relação ao combate efetivo aos incêndios criminosos e ressaltou a importância de rever os gastos para fortalecer o monitoramento dessas organizações criminosas. Ele enfatizou a necessidade de flexibilizar o arcabouço legislativo para permitir que os recursos sejam direcionados de forma mais eficaz para combater aqueles que cometem esse tipo de crime de maneira organizada.
Além disso, o presidente da Câmara destacou a aprovação recente de normas para combustíveis limpos no combate às mudanças climáticas, mencionando a diversificação de fontes de energia limpa no Brasil. Rodrigo Pacheco e Arthur Lira também manifestaram preocupação com o uso das queimadas no Brasil como pretexto para a adoção de medidas protecionistas por parte de outros países, o que poderia prejudicar a economia nacional.
Por sua vez, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, ressaltou a importância de endurecer as penas para crimes ambientais, como queimadas, desmatamento e extração ilegal de recursos naturais. Ele também sugeriu a proibição da regularização fundiária de áreas que foram alvo de queimadas, com o objetivo de desestimular a prática desses crimes.
No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, alertou para a necessidade de cautela ao propor medidas que aumentem as penas ou classifiquem os crimes ambientais como hediondos, visando evitar um possível populismo legislativo que não resolveria efetivamente o problema. Ele destacou que o desafio atual não está na falta de legislação, mas sim na atuação de organizações criminosas por trás dos incêndios.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, presente na reunião, agradeceu ao Congresso Nacional pelo aumento de 18% no orçamento de sua pasta para o combate aos incêndios, mas alertou que ainda há 106 incêndios ativos sem recursos para serem combatidos. Até o momento, as queimadas no Brasil já devastaram uma área equivalente ao território do estado do Paraná.
A reunião foi marcada por discussões intensas sobre a necessidade de maior investimento no combate aos incêndios criminosos e na proteção do meio ambiente, com destaque para a importância de medidas legislativas eficazes e do fortalecimento das penas para crimes ambientais. As autoridades presentes reforçaram a importância de uma atuação conjunta entre os Poderes para enfrentar esse desafio complexo e urgente.