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Cotas na UnB: Crescimento de mais de 350% de estudantes indígenas em 10 anos é tema de seminário na Câmara dos Deputados

No último dia 18 de setembro de 2024, foi realizado um importante seminário promovido pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, que reuniu diversas lideranças e representantes de universidades para discutir o aumento significativo no número de estudantes indígenas no ensino superior.

De acordo com dados apresentados durante o evento, em 2004, a Universidade de Brasília contava com apenas 4 alunos indígenas, número que aumentou para 203 em 2021. Esse crescimento de mais de 350% em uma década reflete as mudanças nas políticas de inclusão e ações afirmativas promovidas por diversas instituições de ensino.

Uma das participantes do seminário, a presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB, Manuele Tuyuka, ressaltou a importância do acesso e da qualidade na permanência desses estudantes nos cursos superiores. Para ela, é fundamental adquirir conhecimentos que possam contribuir para a defesa dos direitos das comunidades indígenas.

Outro ponto abordado durante o evento foi o investimento do Ministério da Educação na educação escolar indígena, com destaque para os programas Parfor Equidade e Prolind. Essas ações visam fortalecer a formação de professores que atuam em escolas indígenas e promover a equidade na educação.

Além disso, está em discussão a criação da Universidade Federal Indígena, com o objetivo de qualificar mais indígenas em diversas áreas do conhecimento. A coordenação-geral de articulação de políticas educacionais indígenas do Ministério dos Povos Indígenas destacou o esforço dos povos indígenas em apresentar propostas viáveis para o desenvolvimento educacional.

A deputada Célia Xakriabá, que presidiu o seminário, anunciou a elaboração de um documento com as conclusões do encontro, a ser entregue às comissões de Educação, Cultura e Direitos Humanos. Além disso, a deputada é relatora de um projeto que propõe a prorrogação da Lei de Cotas por mais 20 anos, condicionando a continuidade da mesma ao cumprimento de metas de ampliação de acesso e permanência dos estudantes beneficiários.

Com isso, o cenário educacional para os indígenas no Brasil tem apresentado avanços significativos, demonstrando a importância de políticas públicas e ações afirmativas para promover a inclusão e a equidade no ensino superior.

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