O deputado Eduardo Velloso, coordenador da frente parlamentar, ressaltou o caráter inclusivo da medida, destacando que, anteriormente, estudantes com deficiência visual não tinham acesso ao conteúdo da tabela periódica. Com a introdução da versão em braile, Velloso acredita que esses estudantes terão mais oportunidades de se desenvolver cientificamente, especialmente nas áreas da indústria química e tecnológica.
A tabela periódica, criada por Dmitri Mendeleev no século XIX, é essencial para descrever os elementos básicos da natureza em sua forma mais pura. Amplamente utilizada na química e em outras áreas científicas, a tabela ajuda a estabelecer relações entre as propriedades dos elementos e orienta pesquisas em busca de novos elementos.
Deusdete de Oliveira, responsável pelo Centro de Ensino Especial de Pessoas com Deficiência Visual do Distrito Federal, destacou a importância da tabela periódica em braile para a autonomia dos estudantes de química. Segundo Oliveira, a ferramenta é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e cidadão desses estudantes.
O acesso à tabela periódica em braile trouxe novas perspectivas para Alexandre Braun, um morador de Itaituba, no Pará, que está aposentado aos 34 anos de idade devido a uma neuropatia óptica. Braun enfatizou que agora poderá aprofundar seus estudos em química, graças à ferramenta inclusiva.
A idealização da tabela periódica em braile partiu da professora Ana Caroline Duarte, de Manaus, que percebeu a carência de material didático adequado. O Conselho Regional de Química de Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima foi responsável pela produção das primeiras tabelas, que são distribuídas de forma gratuita para associações de pessoas com deficiência.
Além disso, o deputado Eduardo Velloso anunciou que a Frente Parlamentar de Luta pela Prevenção da Cegueira irá pleitear o desarquivamento do projeto de lei PL 444/11, que propõe a alfabetização em braile em todas as escolas públicas e privadas do país.
A iniciativa de disponibilizar a tabela periódica em braile representa um importante passo em direção à inclusão e igualdade de oportunidades para estudantes com deficiência visual, ampliando seu acesso ao conhecimento e ao ensino de química.