Segundo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o relatório propõe o indiciamento de Bolsonaro por associação criminosa, violência política, abolição do estado democrático de direito e golpe de Estado. De acordo com as informações apresentadas no parecer de mais de 1.300 páginas, o ex-presidente teria responsabilidade direta como mentor moral dos ataques.
A senadora ainda ressaltou que Bolsonaro descredibilizou o processo eleitoral ao longo de sua carreira política, o que contribuiu para a ocorrência dos ataques. Ela também mencionou a atuação do hacker Walter Delgatti Neto e a reunião do ex-presidente com embaixadores sobre as eleições.
No texto, a relatora classificou os atos de vandalismo como o maior ataque à democracia da história recente do país e chamou os invasores de vândalos e pessoas inconformadas com o resultado das eleições de 2022.
Além do indiciamento de Bolsonaro, Eliziane Gama também pediu o indiciamento dos generais Walter Braga Neto, ministro da Defesa, e Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro. A relatora ressaltou que os eventos ocorridos no dia 8 de janeiro não foram ações isoladas, citando a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em dezembro do ano passado e a colocação de uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília.
A leitura do parecer está sendo realizada no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado, e a votação está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (18).
Mais informações sobre o relatório e os indiciamentos serão divulgadas em breve. A reportagem foi feita por Cláudio Ferreira e a edição ficou a cargo de Natalia Doederlein.