Durante o encontro, o climatologista Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, destacou os impactos do desmatamento e do aquecimento global na Amazônia. Ele ressaltou que a estação seca na região tem se prolongado ao longo dos anos, tornando a floresta cada vez mais vulnerável à autodegradação. Além disso, a diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Ane Alencar, alertou para a crescente fragilidade da floresta devido aos incêndios florestais, que têm acelerado o processo de degradação.
Representantes do governo também estiveram presentes na audiência, apresentando dados positivos em relação à redução do desmatamento, mas reconhecendo a ainda contínua ameaça dos incêndios florestais. O secretário da área no Ministério do Meio Ambiente, André Lima, destacou ações em andamento para evitar o “ponto de não retorno”, como investimentos em bioeconomia e restauração agroflorestal, bem como a aprovação de um projeto de manejo integrado do fogo.
Outras medidas já tomadas pelo governo no bioma, como a retomada do Fundo Amazônia e a elaboração de um mecanismo financeiro internacional de apoio à conservação florestal, foram também mencionadas durante a reunião. O superintendente da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, fez um apelo ao Congresso Nacional para a aprovação de medidas de proteção do meio ambiente e também destacou a importância de ouvir a ciência.
O debate, organizado pelo deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), evidenciou a necessidade de ações urgentes para proteger a Floresta Amazônica e para a conscientização da população sobre a gravidade da situação. O tema, segundo o deputado, deve ser levado também para as campanhas eleitorais deste ano, com enfoque nas ações municipais. A discussão contou com a participação de especialistas, representantes do governo e da sociedade civil, evidenciando a complexidade e a urgência do combate à degradação da Amazônia.