Mais de 550 greves foram realizadas por trabalhadores nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados recentes.

No primeiro semestre de 2023, ocorreram no Brasil 558 greves, com um total de aproximadamente 20 mil horas de paralisação. Essa é a conclusão de um relatório divulgado recentemente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo o Dieese, de um total de 166 mobilizações acompanhadas pelo departamento, 108 (ou 65,1%) tiveram um desfecho favorável para os trabalhadores. Em 78 greves (47%), os empregadores atenderam parcialmente às reivindicações feitas, enquanto em 30 delas (18,1%), houve um atendimento integral das demandas.

Entretanto, nem todas as greves tiveram um desfecho positivo. O relatório aponta que em 27 casos (16,3%), os patrões rejeitaram as propostas apresentadas, gerando frustração para os trabalhadores. Já em 51 greves (30,7%), as negociações continuaram em mesas de negociação.

Quanto às motivações para as greves, o relatório do Dieese destaca que a maioria delas (79,9%) foi organizada com a intenção de defender condições de trabalho, saúde e segurança, bem como marcar posição contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordos coletivos, convenções coletivas ou legislação.

As principais reivindicações foram relacionadas ao salário, incluindo reajuste (41,6%) e pagamento do piso (32,8%). Além disso, mais de um quinto das greves (21,5%) teve como contexto a busca por melhorias nas condições de trabalho, enquanto 20% tiveram como objetivo regularizar salários em atraso. O auxílio-alimentação foi motivo de reivindicação em 18,3% dos casos, e a insatisfação com os planos de cargos e salários foi a motivação em 15,9% das greves.

Em relação à classificação das greves, o relatório aponta que foram contabilizadas 276 greves de advertência (ou seja, paralisações temporárias) e 273 greves por tempo indeterminado. Não há informações detalhadas sobre nove greves em relação a esse critério.

O relatório também destaca o protagonismo dos servidores públicos nas mobilizações. De acordo com o Dieese, eles foram responsáveis por 58% do total de greves e por 65% das horas paradas. Além disso, profissionais de redes estiveram por trás de quase três quartos das mobilizações.

Em resumo, o relatório do Dieese revela um cenário de mobilização e luta por direitos trabalhistas no Brasil. Apesar de algumas greves terem obtido vitórias para os trabalhadores, também houve casos de rejeição das propostas apresentadas pelos empregadores. A defesa das condições de trabalho, saúde e segurança foi a principal motivação para a maioria das greves, seguida por reivindicações salariais. O protagonismo dos servidores públicos também é destacado no relatório.

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