A presidente Marina Silva reitera que a decisão do Ibama contra a Petrobras foi baseada em critérios técnicos.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reiterou nesta terça-feira (12) que a decisão de indeferir o pedido da Petrobras para perfuração de um poço de prospecção marítima na Foz da Bacia do Amazonas foi baseada em critérios técnicos, não políticos. Durante uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, Marina explicou que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) rejeitou o pedido devido a inconsistências técnicas e insuficiências no estudo de impacto ambiental.

A ministra enfatizou que a decisão do Ibama foi baseada no parecer de três técnicos do órgão, seguindo o protocolo de um governo republicano. Além disso, Marina destacou que a licença já havia sido negada em 2018 devido ao não cumprimento dos requisitos legais identificados pelo órgão ambiental.

O pedido de licença da Petrobras era para explorar petróleo na parte da Margem Equatorial, uma área de alto potencial petrolífero. No entanto, a equipe técnica responsável pelo parecer considerou que faltou à empresa uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), que é fundamental para identificar áreas em que a extração de petróleo e gás pode causar graves riscos e impactos ambientais.

A ministra ressaltou que o processo de licenciamento ambiental é técnico e precisa seguir os requisitos legais. Ela também destacou a importância da avaliação ambiental estratégica na objetividade do licenciamento, pois permite um olhar abrangente sobre a área de abrangência do empreendimento.

Marina esclareceu que a decisão final sobre a exploração de petróleo na região não cabe ao Ministério do Meio Ambiente, mas sim ao Comitê Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo Ministério de Minas e Energia. Ela destacou que o mundo está caminhando para reduzir a dependência de produtos intensivos em carbono, mas que a decisão sobre a matriz energética brasileira cabe ao CNPE.

Os senadores do Amapá têm defendido a prospecção de petróleo na região da Foz da Bacia do Amazonas, argumentando que isso poderia gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento do estado. No entanto, Marina destacou a sensibilidade socioambiental da área, que abriga unidades de conservação, terras indígenas e uma grande biodiversidade marinha.

Durante a audiência, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou os riscos e impactos associados à prospecção de petróleo na região, citando a falta de infraestrutura de suporte em caso de acidentes e a possibilidade de vazamentos afetarem países vizinhos. Agostinho também mencionou a necessidade de a Petrobras apresentar um estudo mais sólido para reavaliar o pedido de licença.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, defendeu a necessidade de critérios mais objetivos para o licenciamento ambiental e destacou a importância de equilibrar aspectos técnicos e políticos nessas decisões. Wagner ressaltou a preocupação em preservar o meio ambiente, ao mesmo tempo em que busca o desenvolvimento social.

Marina Silva aproveitou a oportunidade para defender mudanças no Projeto de Lei 2159/2021, que trata do licenciamento ambiental. Ela alertou que, se a proposta for aprovada sem a devida melhoria, haverá insegurança jurídica e judicialização dos licenciamentos, prejudicando a proteção ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais.

Em resumo, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reafirmou que a decisão do Ibama de negar o pedido da Petrobras para perfuração de um poço de prospecção marítima na Foz da Bacia do Amazonas foi baseada em critérios técnicos. Ela ressaltou a importância de seguir os requisitos legais no processo de licenciamento ambiental e defendeu mudanças no Projeto de Lei que trata do assunto. A ministra destacou a sensibilidade socioambiental da região e ressaltou a importância de equilibrar a proteção ambiental e o desenvolvimento social nas decisões sobre a exploração de recursos naturais.

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