Número de doações de órgãos no Brasil atinge recorde histórico, possibilitando aumento nos transplantes

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, o Brasil atingiu um recorde histórico de doações de órgãos entre janeiro e agosto deste ano. Nesse período, 2,4 mil pessoas realizaram a doação de órgãos, o que possibilitou a realização de 5,9 mil transplantes, um aumento de 9,5% em comparação com o ano anterior. No entanto, esse número poderia ter sido ainda maior se não houvesse tanta recusa familiar. De acordo com dados do ministério, cerca de 43,4% das famílias recusam a doação de órgãos de seus familiares.

Essa recusa por parte das famílias é um dos principais entraves para a ampliação dos transplantes de órgãos no país, uma vez que o procedimento depende da autorização dos familiares. Atualmente, existem 40,3 mil pessoas aguardando por um transplante no Brasil. Para tentar solucionar esse problema, é necessário conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e destacar a relevância do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Os estados que apresentaram o maior número de doadores foram o Paraná e Santa Catarina, com aproximadamente 42 doadores por milhão de habitantes. Já Rondônia aparece em terceiro lugar, com 30 doadores por milhão de habitantes. Por outro lado, a Bahia se destaca pelos altos índices de recusa familiar. Apenas nas 484 entrevistas realizadas pelas equipes de saúde, houve recusa em 376 casos.

Um fator importante que contribuiu para a mudança de percepção da população em relação à doação de órgãos foi o caso do apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão. Ele recebeu um coração no final de agosto deste ano, após ser diagnosticado com insuficiência cardíaca grave. O sucesso do procedimento acabou despertando a atenção da sociedade para essa causa.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou durante uma cerimônia da campanha nacional de doação de órgãos que muitas vezes a população desconhece tudo que o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza, conhecendo apenas através de polêmicas e controvérsias. A meta da ministra é tornar o Brasil o país líder em transplantes no mundo. Atualmente, o país ocupa o segundo lugar nesse ranking, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A importância das doações de órgãos se torna ainda mais evidente quando observamos o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas. Ainda de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a maioria dos doadores é composta por vítimas de AVC, homens e pessoas entre 50 e 64 anos. É importante ressaltar que apenas 13% das doações ocorrem com pacientes acima dos 65 anos e mais de 40% são do tipo sanguíneo O.

No total, os transplantes realizados até agora neste ano foram de córnea (10.575), rim (3.930), medula óssea (1.972), fígado (1.574), coração (281), pâncreas e rim conjugados (58), pulmão (55), pâncreas (15) e multivisceral (1).

Os números evidenciam que, mesmo diante das dificuldades, é possível ampliar o número de transplantes no Brasil. No entanto, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e combater a recusa familiar, para que mais vidas possam ser salvas. A campanha nacional de doação de órgãos é uma importante iniciativa nesse sentido e precisa contar com o apoio de todos os brasileiros.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo