Dados fornecidos pela SSP-SP também apontaram que o proprietário da Kairós Prime, Ueder Santos de Melo, está relacionado a pelo menos outras quatro clínicas. A secretaria foi questionada sobre casos ocorridos nessas outras unidades, onde Melo é um dos sócios registrados. Duas dessas clínicas estão localizadas em Juquitiba, também na Grande São Paulo, e possuem registros de lesão corporal, tortura e duas mortes ocorridas por causas naturais. Já a unidade de São Lourenço da Serra registrou um caso de lesão corporal e um desaparecimento em junho de 2017.
A Polícia Civil afirmou que está trabalhando para esclarecer todas as circunstâncias e punir os envolvidos nesses casos de violência. Até o momento, oito funcionários já foram presos. A unidade da Kairós em Itapecerica da Serra também teve ocorrências expedidas pela Vigilância Sanitária municipal, incluindo um termo de apreensão e inutilização de medicamentos, além de um auto de imposição de penalidade de advertência séria.
Em entrevista por telefone à TV Brasil, Ueder Santos de Melo alegou que não tinha conhecimento dos casos de violência e negou a utilização de força ou violência no tratamento de dependentes químicos. Ele afirmou ser proprietário das unidades de Juquitiba e Embu-Guaçu, mas não tem participação direta nas demais unidades. Segundo Melo, essas clínicas operam como uma expansão do projeto, sob a responsabilidade de outras pessoas, incluindo sua esposa, Bianca Oliveira, que gerencia uma das unidades de Juquitiba.
Melo defendeu o trabalho sério realizado pelos funcionários e sócios das clínicas, mas admitiu que eles escondiam abusos e posturas inadequadas. O dono das clínicas também criticou a forma como a imprensa tem divulgado informações incompletas ou mal checadas sobre o caso. Ele revelou que tem um histórico de dez anos de abuso de álcool e drogas, chegando a viver nas ruas, e que decidiu criar as clínicas após superar sua dependência.
A situação envolvendo a Kairós Prime e suas clínicas associadas é preocupante, levantando questionamentos sobre a qualidade do tratamento oferecido aos dependentes químicos nessas instituições. As mortes e casos de violência registrados indicam a necessidade de uma investigação rigorosa para esclarecer as circunstâncias e responsabilizar os responsáveis. Enquanto isso, é fundamental garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes em instituições de reabilitação, buscando soluções efetivas para o tratamento da dependência química.