Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados propõe prorrogação de concessões de distribuição de energia elétrica

Na última semana, um importante projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados que visa disciplinar o processo de prorrogação das concessões de distribuição de energia elétrica. A proposta, de autoria do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), prevê a renovação dos contratos por até 15 anos para as companhias energéticas, desde que seja autorizada pelo Congresso Nacional.

Uma das principais condições para que a renovação seja feita de forma não onerosa para o governo é que as empresas se comprometam a manter o desconto de até 65% na conta de luz das famílias de baixa renda, conhecida como “tarifa social”. Além disso, as companhias também deverão garantir os investimentos necessários para a universalização do sistema de distribuição até 2030, sem repassar os custos para os consumidores.

De acordo com o deputado Bacelar, esses compromissos estão de acordo com o papel de uma concessionária de serviço público, que deve atender a totalidade de seus usuários. O projeto de lei ainda não foi distribuído às comissões temáticas da Câmara para análise.

A proposta tem como foco a prorrogação das concessões de 20 distribuidoras de energia privatizadas na década de 1990, cujos contratos de concessão, com duração de 30 anos, estão prestes a expirar, entre os anos de 2025 e 2031. Essas distribuidoras atendem a cerca de 55,6 milhões de unidades consumidoras em todo o país, incluindo empresas como Light (RJ), Coelba (BA) e Enel (SP).

Atualmente, o governo estuda a possibilidade de prorrogar essas concessões por decreto, o que é permitido. No entanto, o deputado Bacelar defende que o assunto seja regulamentado por meio de uma lei, garantindo mais segurança jurídica e transparência para o processo de renovação.

Além dos benefícios econômicos e financeiros para as empresas que renovarem a concessão, como a manutenção de uma fatia mínima de 70% do mercado e a limitação da geração distribuída para até 10%, o projeto de lei também apresenta outras medidas importantes.

Dentre elas, destaca-se a responsabilidade das empresas pelos custos das perdas não técnicas (furto ou roubo de energia), exceto em regiões onde faltar o Estado. Nestes casos, as companhias receberão compensações fiscais. Além disso, a energia destinada aos consumidores que pagam a tarifa social terá isenção de tributos e o risco hidrológico será assumido pelas geradoras e distribuidoras, sem repasse aos consumidores.

O projeto de lei ainda prevê que o custo da energia de Itaipu, Angra I e II seja suportado por todos os consumidores, e não apenas pelo mercado regulado como é atualmente. Essas medidas têm como objetivo garantir a sustentabilidade das empresas do setor e promover um sistema mais equilibrado e justo para os consumidores.

É importante ressaltar que o projeto de lei ainda está em fase inicial na Câmara dos Deputados e precisará passar por diversas etapas de análise e discussão antes de ser votado e, caso aprovado, entrar em vigor. Portanto, é fundamental acompanhar o desenrolar desse processo e se informar sobre os impactos que essa possível renovação das concessões de distribuição de energia elétrica poderá trazer para o mercado e para a população brasileira.

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