De acordo com o relatório do TCU, as secretarias municipais de Saúde foram responsáveis por 23.668.186 doses vencidas, o que acarretou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão. Já nas secretarias estaduais, foram perdidas 2.296.096 doses, resultando em um prejuízo de R$ 59,2 milhões. No almoxarifado do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), foram encontradas 2.215.000 doses vencidas, representando uma perda financeira de R$ 55,6 milhões.
O relatório também destaca que o Ministério da Saúde não identificou efetivamente as causas para o desperdício de vacinas, atribuindo-o apenas ao não atingimento da meta vacinal. O ministro Vital do Rêgo, relator do caso, enfatizou a importância de investigar as múltiplas causas para as perdas, como falta ou atraso de registro de vacinação, não utilização das doses indicadas nos frascos, inconsistências de registro, rejeição de uso pela população, entre outros fatores.
Diante desse panorama, o TCU determinou ao Ministério da Saúde que apresente planilhas atualizadas com dados das vacinas distribuídas ou a distribuir aos estados, municípios e ao Distrito Federal para os anos de 2022, 2023 e 2024. Além disso, a pasta deverá elaborar um plano de ação em 30 dias para monitorar o processo de distribuição, vacinação e registro das vacinas contra a Covid-19.
Até o momento, o Ministério da Saúde não se pronunciou sobre a decisão do TCU. Vale ressaltar que as maiores perdas de vacinas foram registradas nos estados de Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul. A Comirnaty/Pfizer e a AstraZeneca/Fiocruz foram as vacinas que tiveram as maiores perdas nos municípios, enquanto a AstraZeneca/Fiocruz foi a mais afetada nas secretarias estaduais de Saúde.
Esses números alarmantes revelam uma falha na gestão das vacinas e reforçam a necessidade de adoção de medidas mais efetivas para evitar o desperdício. Enquanto isso, a população continua aguardando a vacinação em massa para conter a disseminação do vírus e superar a crise sanitária que assola o país.