EUA Observam Atenção com Política do Presidente Eleito da Argentina, Javier Milei, após Lançamento de Moeda e Vitória nas Eleições.

Argentina lança nova moeda e gera tensões com os Estados Unidos

O lançamento da nova moeda argentina no último domingo (19) trouxe uma tensão latente nas relações com os Estados Unidos. O economista ultraliberal de 53 anos, Javier Milei, eleito presidente da Argentina, tem repetido como mantra que terá como principais aliados políticos os EUA, Israel e “o mundo livre”.

O governo democrata de Joe Biden parabenizou Milei com cautela, demonstrando que espera trabalhar com ele em valores compartilhados, mas deixando claro que estarão preparados para criticá-lo e até tentar isolá-lo, caso se desvie das normas democráticas. O pesquisador para a América Latina na Chatham House, Christopher Sabatini, apontou que os EUA aproveitarão para estreitar relações em questões como a Venezuela e isolar a Rússia por conta da invasão da Ucrânia, mas a possibilidade de que Milei mine as instituições democráticas provavelmente causará tensões.

Por outro lado, o ex-presidente republicano Donald Trump demonstrou apoio a Milei, afirmando que está muito orgulhoso e que o economista mudará completamente o país e tornará a Argentina grande novamente. Especialistas apontam que, se Trump vencer as eleições em 2024, o cenário será muito diferente, já que ele provavelmente verá Milei como um acólito, o que foge do cenário de valores compartilhados e alianças estratégicas, indicando uma possível maior aceitação das políticas de Milei.

Milei expressa desdém pelo sistema político chinês e uma preferência marcante pelos Estados Unidos, o que é “particularmente incomum na América Latina, onde o não-alinhamento se tornou quase uma crença religiosa”, conforme pontuou o diretor do Programa de América Latina do Wilson Center, Benjamin Gedan.

Por conta da fragilidade econômica da Argentina, é difícil imaginar que Milei coloque em risco as relações comerciais do país com a China, especialmente, porque ainda não está claro se os Estados Unidos, ou a Europa, estão dispostos a se tornarem grandes importadores de alimentos argentinos, ou a investirem maciçamente em infraestrutura, de acordo com Gedan.

Agora, resta esperar para ver quem viajará ao país sul-americano representando o Estado americano na posse de Milei, no dia 10 de dezembro. Será importante para Biden enviar uma delegação de alto nível, de acordo com Jason Marczak, diretor do Centro Adrienne Arsht para a América Latina, do Atlantic Council.

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