Ministério da Fazenda reduz projeção de crescimento do PIB para 2023 e inflação também diminui em novo Boletim Macrofiscal

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira (21) o Boletim Macrofiscal, no qual reduziu suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação no Brasil. De acordo com o boletim, a estimativa de crescimento do PIB para 2023 foi revisada de 3,2% para 3%, e a projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,85% para 4,66%.

Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão no crescimento econômico foi motivada pela expectativa de crescimento zero no PIB no terceiro trimestre, ante uma previsão anterior de expansão de 0,1%. A pasta também atribui a projeções menos otimistas para o setor de serviços no restante do ano. Além disso, a estimativa de crescimento econômico para 2024 também foi reduzida, passando de 2,3% para 2,2%.

Apesar dessas revisões para baixo, a perspectiva ainda é de aceleração na atividade econômica no quarto trimestre, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo econômico e pela manutenção do consumo das famílias, provocada pelo aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições de acesso ao crédito.

As projeções de crescimento para este ano divergem entre os setores. Para o setor agropecuário, a projeção foi mantida em 14%, para a indústria, a estimativa avançou de 1,5% para 1,9%. No entanto, a projeção para os serviços caiu de 2,5% para 2,2%. O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou a melhora significativa no mercado de crédito após a queda dos juros, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica.

Quanto à inflação, a projeção também foi revisada para baixo, recuando de 4,85% para 4,66%. A estimativa está levemente abaixo da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%. No entanto, a estimativa para a inflação oficial em 2024 subiu, principalmente devido ao reajuste do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos estados do Sul e do Sudeste, além de mudanças pequenas no cenário para o dólar e o preço das commodities.

A desaceleração econômica para 2024, de 2,3% para 2,2% de crescimento do PIB, é atribuída principalmente ao cenário externo, que aumentou as incertezas. A equipe econômica também admitiu a desaceleração da agropecuária após o desempenho recorde deste ano. No entanto, a SPE afirmou que o aumento da produção e do consumo provocado pela queda dos juros contribuirá para o crescimento econômico brasileiro em 2024, com a absorção doméstica tendo maior peso no PIB que em 2023.

Os números do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado nesta quarta-feira (22), trazendo previsões para a execução do Orçamento com base no desempenho das receitas e da previsão de gastos do governo. Com base no cumprimento da meta de déficit primário, o governo contingencia alguns gastos não obrigatórios.

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