Primeiro-ministro grego expressa descontentamento com suspensão de encontro sobre disputa dos frisos do Partenon pelo primeiro-ministro britânico.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, expressou seu “descontentamento” com a decisão de seu colega britânico, Rishi Sunak, de suspender um encontro para discutir a disputa sobre os frisos do Partenon. “Expresso meu descontentamento pelo cancelamento realizado pelo primeiro-ministro britânico de nossa reunião horas antes de sua realização”, disse Mitsotakis em uma rápida declaração. O gabinete de Sunak não quis fazer comentários sobre o assunto. Os dois se encontrariam em Londres, onde Mitsotakis estava desde domingo.

De acordo com a agência de notícias grega ANA, que cita fontes do governo grego, Sunak teria se incomodado com declarações de Mitsotakis na BBC no domingo. Mitsotakis, um forte defensor do retorno dos famosos frisos a Atenas, declarou que preservar parte do Partenon fora da Grécia é o equivalente a “cortar a Mona Lisa ao meio”.

Anteriormente, um porta-voz de Sunak indicou que ele “não tem a intenção” de facilitar a devolução dos mármores, como reivindica Atenas. A Grécia pede os frisos do Partenon há décadas, alegando que foram “saqueados” enquanto o país estava sob ocupação otomana. Já Londres diz que eles foram “adquiridos legalmente” em 1802 pelo diplomata Lord Elgin, que os vendeu ao Museu Britânico. Segundo a porta-voz de Sunak, o primeiro-ministro sempre foi “consistente” em sua posição, considerando que essas esculturas são “um ativo importante” para o Reino Unido. “Pertencem legalmente” ao Museu Britânico, disse à imprensa. “Apoiamos fortemente essa posição, e as regras dessa instituição proíbem a remoção de objetos da coleção.”

O Partenon, templo construído no século V a.C em homenagem à deusa Atena, foi parcialmente destruído em 1687 durante a Guerra da Moreia, entre o Império Otomano e a República de Veneza, e depois sofreu saques. Partes do templo estão em exibição em vários museus ao redor do mundo.

Essa disputa entre a Grécia e o Reino Unido já vem se arrastando por muitos anos, e a posição de ambos os líderes só reforça a distância entre as perspectivas dos dois países em relação ao destino dos frisos do Partenon. A expectativa é que essa divergência permaneça por mais algum tempo, uma vez que ambos os governantes parecem irredutíveis em suas posições.

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