Um estudo recente da plataforma Human Climate Horizons (HCH) revelou que o nível do mar na costa brasileira poderá subir entre 20.09 cm e 24.27 cm até 2059, caso as emissões globais de gases de efeito estufa não sejam reduzidas. Desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Laboratório de Impacto Climático (CIL), o estudo analisou os impactos das alterações climáticas em mais de 24 mil regiões do mundo.
As consequências das alterações climáticas para as terras costeiras são alarmantes, de acordo com o levantamento. Com o aumento da temperatura média global, as inundações se tornarão mais frequentes e atingirão uma área onde vivem cerca de 14 milhões de pessoas.
Santos, no litoral paulista, é um exemplo citado no estudo. Segundo a plataforma, o nível do mar na região do maior porto da América Latina poderá subir entre 22.84 cm e 27.74 cm até 2059, dependendo do cenário de emissões de gases de efeito estufa. Além disso, cidades costeiras do Brasil, Benin e Índia enfrentarão um risco acrescido de inundações até meados do século.
O estudo também apontou que regiões baixas ao longo das costas da América Latina, África e Sudeste Asiático podem enfrentar uma grave ameaça de inundação permanente, o que poderá afetar o desenvolvimento humano nessas comunidades.
Dias antes da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), a Human Climate Horizons divulgou os novos dados “hiperlocais”, que trazem à tona a urgência em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Durante a COP28, representantes de governos, empresas e da sociedade civil devem fazer um balanço da implementação do Acordo de Paris, estabelecido na COP21 em 2015.
A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira, atualizada em 2023, estabelece metas ambiciosas de redução de emissão de gases de efeito estufa, visando diminuir as emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às emissões de 2005. A divulgação desse estudo reforça a importância de medidas concretas para mitigar as mudanças climáticas e proteger as regiões costeiras do mundo.