Bonfim e a cidade guianesa de Lethem são consideradas cidades irmãs, sendo classificadas como um arranjo populacional internacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A rotina dessa fronteira é movimentada, com vários brasileiros atravessando diariamente para realizar compras em lojas mais acessíveis na Guiana, assim como para trabalho e negócios no país vizinho. Esse movimento gera uma economia local ativa, apesar da falta de atrações turísticas. Nesse contexto, um dos moradores destacados é Robero Osme, um homem originário de Minas Gerais que, há três anos, optou por fixar-se em Bonfim após viver em Georgetown, a capital guianesa. Ele administra um hotel na cidade e é um dos cidadãos que preveem impactos negativos caso haja um aumento das hostilidades entre Venezuela e Guiana, especialmente devido a uma possível redefinição da fronteira entre os dois países.
Esse cenário traz preocupações para os residentes locais. O temor de um fechamento da fronteira se destaca entre os empresários, devido ao impacto direto que isso teria em seus empreendimentos. Além disso, o aumento da fiscalização na fronteira entre Brasil e Guiana, bem como a ameaça de um referendo na Venezuela para redefinir a fronteira com a Guiana, compõem um contexto de incertezas.
A tensão geopolítica existente nesta região também mobiliza ações de instituições brasileiras, como o Ministério da Defesa, que intensifica suas atividades na fronteira norte do país, com uma presença mais acentuada de militares na área. Da mesma forma, o Ministério das Relações Exteriores defende a busca por uma solução pacífica para a controvérsia entre Venezuela e Guiana.
Esse contexto impacta diretamente a rotina e a economia da cidade de Bonfim, evidenciando assim a relevância dessa localidade para questões além das fronteiras nacionais.