Sete cientistas brasileiras recebem bolsa-auxílio de R$ 50 mil para projetos de pesquisa nas áreas de ciências, física, química e matemáticas.

Sete notáveis cientistas brasileiras, que provam o valor da presença feminina na ciência, foram escolhidas para receber uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil para desenvolverem seus projetos em instituições de pesquisa nacionais durante o próximo ano. A premiação é parte do programa “Para Mulheres na Ciência”, iniciativa organizada pelo Grupo L’Oréal no Brasil, pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Unesco, que tem como objetivo fomentar a participação feminina na ciência e promover a igualdade de gênero. Os projetos foram selecionados em áreas que abrangem as Ciências da Vida, Físicas, Químicas e Matemáticas, cobrindo desde a influência nociva de uma alimentação rica em gorduras e açúcares na infância até a transmissão de vírus entre países como Brasil e Angola. A seleção das vencedoras é realizada por membros da Academia Brasileira de Ciências. O prêmio será entregue em uma cerimônia na segunda-feira (4), no Centro de Pesquisa e Inovação do Grupo L’Oréal no Brasil, no Rio de Janeiro. A iniciativa premia anualmente mais de 250 jovens cientistas em 110 países através de iniciativas regionais e nacionais. O programa também concede bolsas de 100 mil euros (cerca de 532 mil reais) para 5 pesquisadoras em nível internacional. Cristina Garcia, diretora de Pesquisa Avançada e Comunicação Científica da L’Oréal Pesquisa e Inovação América Latina, destaca a importância de garantir ferramentas necessárias e ambientes seguros para mulheres cientistas e inspirar novas gerações a enxergarem um futuro na ciência.
Entre as vencedoras está Flávia Figueira Aburjail, pesquisadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seu projeto investiga a presença de bactérias com resistência a antibióticos em diferentes regiões do Brasil, incluindo humanos, animais de produção e meio ambiente. O projeto é de extrema urgência, uma vez que a resistência antimicrobiana é uma das 10 principais ameaças de saúde pública global de acordo com a OMS. Outra vencedora é Jaqueline Góes de Jesus, professora da Universidade de São Paulo (USP), reconhecida por liderar o sequenciamento genético do coronavírus no Brasil, e será premiada por seu projeto sobre a possibilidade de patógenos serem transportados de um país para outro, como em aviões por pacientes que não sabem estarem infectados. Raquel de Almeida Ferrando Neves, pesquisadora na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), estuda o impacto da poluição por plásticos em organismos de ambientes aquáticos e Jade de Oliveira, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisa os impactos da alimentação rica em gorduras e açúcares durante a infância. Tayana Tsubone, professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi premiada por seu projeto sobre o desenvolvimento de novos remédios para terapias fotodinâmicas e Verônica Teixeira, cientista do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), foi escolhida por um projeto que ajuda a “enxergar” a radiação. Já Carla Lintzmayer, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC-SP), foi escolhida pelo seu projeto sobre NP-difíceis de Otimização Combinatória, ajudando a entender quais são os limites do poder computacional e desenvolver técnicas para lidar com problemas intratáveis em aplicações práticas. A seleção e premiação destas cientistas é um marco para a promoção da igualdade de gênero na ciência, um campo que historicamente tem sido dominado por homens. Esse reconhecimento é um passo importante para a visibilidade e sucesso das mulheres nas áreas STEM, que historicamente têm sido dominadas por homens. As vencedoras representam um marco de esperança e inspiração para futuras gerações de mulheres cientistas no Brasil e em todo o mundo. A premiação do “Para Mulheres na Ciência” é a prova do reconhecimento e valorização da ciência e das cientistas brasileiras.

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