CNJ aprova paridade de gênero em cargos estratégicos nos tribunais de Justiça do país, com conclusão adiada para 2024

Conselho Nacional de Justiça aprova paridade de gênero em cargos estratégicos dos tribunais

Na terça-feira (12), a maioria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu pela aprovação da paridade de gênero em cargos estratégicos da administração de todos os tribunais de Justiça do país. A medida contou com 11 votos favoráveis, sendo que o desfecho da análise foi adiado devido a um pedido de vista do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello. Com isso, o julgamento foi adiado para 2024, uma vez que essa foi a última sessão do CNJ neste ano.

A vista de Bandeira de Mello foi motivada por preocupações levadas a ele por presidentes de tribunais. O conselheiro se comprometeu a responder rapidamente a essas preocupações.

A proposta em questão prevê a alteração da Política de Participação Feminina no Judiciário, ampliando a paridade de gênero para postos como assessorias especiais das presidências dos tribunais, posições preenchidas por servidores, chefias de departamento, e até mesmo na contratação de estagiários e terceirizados.

Além disso, o texto aprovado também amplia a paridade de gênero para incluir cargos de confiança e de assessoramento da alta administração dos tribunais, como ouvidorias e corregedorias, ocupados por magistrados. A proposição abrange ainda a designação para conselhos, comitês e comissões, como os de concurso.

Em setembro, o CNJ já havia aprovado a paridade de gênero como critério obrigatório para a promoção de magistrados, mesmo diante da resistência do Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil (Consepre). A decisão determinou que todos os tribunais do país utilizem uma lista exclusiva para mulheres, alternadamente com a lista mista tradicional, nas promoções pelo critério do merecimento.

O presidente do CNJ, Luís Roberto Barroso, foi responsável por costurar o acordo que levou à ampliação da paridade de gênero também para os cargos administrativos. Segundo Barroso, ele pessoalmente conversou com todos os presidentes de tribunais do país para superar as resistências.

Após as conversas, a relatora da proposição, conselheira Salise Sanchotene, fez alterações no texto para incluir regras de transição, a fim de suavizar a implantação da medida. O inteiro teor da proposta ainda não foi divulgado pelo CNJ.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo