Ministro da Economia da Argentina anuncia pacote de medidas de austeridade fiscal em meio a incertezas sobre futuro econômico.

Na noite desta terça-feira foi anunciado o primeiro pacote de medidas pelo novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo. O anúncio surgiu através de um vídeo divulgado nas redes sociais do Ministério da Economia. Esse pacote poderia ser claramente ilustrado com um dos símbolos da campanha do presidente de ultradireita, Javier Milei, que assumiu o poder desde o domingo passado: uma serra elétrica.

Dentre as dez medidas anunciadas, seis delas referem-se a cortes drásticos de despesas do Estado, que dependem única e exclusivamente do Executivo. O plano do novo presidente também engloba incertezas sobre privatizações de empresas públicas e o fechamento do Banco Central. Ambas as iniciativas precisam de aprovação no Parlamento e demandam negociações com outros atores da economia, incluindo os bancos.

Nesta quarta-feira, a equipe econômica realizará uma reunião com representantes dos bancos que operam no país. A expectativa é de que sejam definidas questões relacionadas à dívida do Banco Central com as instituições, assim como a solução para o mercado cambial, que está praticamente paralisado desde a posse de Milei na Presidência.

O ministro da Economia transmitiu uma mensagem clara e alinhada com o discurso de posse de Milei. “No hay plata” (não tem dinheiro), foi o mantra reforçado durante o anúncio. Fernando Corvaro, professor do mestrado de Finanças da Universidade Di Tella, avaliou que as medidas não foram suficientes para resolver o problema e ponderou que o governo precisa negociar com atores internos e externos.

Caputo declarou que a dependência de déficit fiscal é um dos principais desafios enfrentados pelo país. Neste sentido, um dos focos das medidas anunciadas é nos cortes de transferências de recursos a governos provinciais, eliminação de contratos de servidores públicos e suspensão do pagamento de propaganda oficial a meios de comunicação. Essas ações devem impactar diretamente na classe média e em grupos mais vulneráveis, que pagarão mais por serviços essenciais. Segundo o ministro, essas ações são parte do caminho correto para a retomada da economia argentina. No entanto, existem ainda muitas definições, negociações e acordos pendentes.

Além disso, outras medidas deverão passar pelo Congresso, e o pacote de projetos de lei ainda não está pronto, o que revela que o governo de Milei ainda tem muito a fazer para reverter a situação econômica do país. Está claro que se o governo não cortar os gastos e subsídios, o país enfrentará uma hiperinflação. Embora seja muito cedo para avaliar completamente os resultados dessas ações, Caputo afirmou que este é o caminho correto para recuperar a economia argentina. E, até o momento, só temos evidências de uma “pequena serra elétrica” no país.

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