Dentre as dez medidas anunciadas, seis delas referem-se a cortes drásticos de despesas do Estado, que dependem única e exclusivamente do Executivo. O plano do novo presidente também engloba incertezas sobre privatizações de empresas públicas e o fechamento do Banco Central. Ambas as iniciativas precisam de aprovação no Parlamento e demandam negociações com outros atores da economia, incluindo os bancos.
Nesta quarta-feira, a equipe econômica realizará uma reunião com representantes dos bancos que operam no país. A expectativa é de que sejam definidas questões relacionadas à dívida do Banco Central com as instituições, assim como a solução para o mercado cambial, que está praticamente paralisado desde a posse de Milei na Presidência.
O ministro da Economia transmitiu uma mensagem clara e alinhada com o discurso de posse de Milei. “No hay plata” (não tem dinheiro), foi o mantra reforçado durante o anúncio. Fernando Corvaro, professor do mestrado de Finanças da Universidade Di Tella, avaliou que as medidas não foram suficientes para resolver o problema e ponderou que o governo precisa negociar com atores internos e externos.
Caputo declarou que a dependência de déficit fiscal é um dos principais desafios enfrentados pelo país. Neste sentido, um dos focos das medidas anunciadas é nos cortes de transferências de recursos a governos provinciais, eliminação de contratos de servidores públicos e suspensão do pagamento de propaganda oficial a meios de comunicação. Essas ações devem impactar diretamente na classe média e em grupos mais vulneráveis, que pagarão mais por serviços essenciais. Segundo o ministro, essas ações são parte do caminho correto para a retomada da economia argentina. No entanto, existem ainda muitas definições, negociações e acordos pendentes.
Além disso, outras medidas deverão passar pelo Congresso, e o pacote de projetos de lei ainda não está pronto, o que revela que o governo de Milei ainda tem muito a fazer para reverter a situação econômica do país. Está claro que se o governo não cortar os gastos e subsídios, o país enfrentará uma hiperinflação. Embora seja muito cedo para avaliar completamente os resultados dessas ações, Caputo afirmou que este é o caminho correto para recuperar a economia argentina. E, até o momento, só temos evidências de uma “pequena serra elétrica” no país.