Ex-empregada doméstica denuncia exploração e desvalorização em antiga profissão e encontra novo emprego como estoquista em Brasília.

A ex-empregada doméstica Marinete Silva, de 43 anos de idade, encontrou no estoque de uma loja em Brasília uma nova oportunidade de trabalho após desistir de sua antiga atividade. Ela relata que se sentiu desvalorizada e explorada em seu emprego anterior, onde foi contratada para cuidar de uma idosa, mas acabou realizando diversas outras tarefas sem receber os devidos direitos trabalhistas. A falta de adicional noturno e longas jornadas foram os principais motivos que a levaram a abandonar a profissão de empregada doméstica.

Marinete demorava duas horas para chegar ao trabalho e lamenta o desconhecimento de seus direitos na época. Situações como essa não são incomuns no ambiente doméstico, o que levou o Ministério do Trabalho e Emprego a criar a Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (Conadom). Essa iniciativa visa combater as violações de direitos nesse setor e fornecer informações precisas aos trabalhadores.

Uma cartilha elaborada pelo Ministério do Trabalho explica os direitos das pessoas que atuam no trabalho doméstico, que são em sua maioria mulheres. O documento destaca a importância da conscientização para denunciar situações de trabalho análogo à escravidão, como a exploração de profissionais que residem no local onde trabalham e realizam jornadas exaustivas sem períodos adequados de descanso.

A legislação aprovada em 2015 garante uma série de direitos aos trabalhadores domésticos, como registro do contrato de trabalho, salário mínimo nacional, jornada de trabalho estabelecida, pagamento de benefícios como FGTS e 13º salário, entre outros. A criação de uma campanha pelo governo para alertar sobre a importância da fiscalização do trabalho doméstico é uma das medidas planejadas para combater o trabalho análogo ao de escravo nesse setor.

Marinete encontrou uma nova oportunidade de trabalho e espera que iniciativas como a Conadom e as campanhas de conscientização contribuam para melhorar as condições dos trabalhadores domésticos no Brasil. A luta por direitos e valorização desses profissionais continua sendo uma questão importante no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo