Pesquisa revela que 60% das médicas brasileiras sofrem assédio no trabalho, aponta estudo da Associação Médica Brasileira.

Uma pesquisa realizada pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina revelou que cerca de seis em cada dez mulheres médicas no Brasil afirmaram ter sofrido algum tipo de assédio, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho. Além disso, aproximadamente 70% delas relataram ter enfrentado algum tipo de preconceito no exercício de sua profissão.

Os dados alarmantes da pesquisa também indicaram que, entre as médicas que fizeram denúncias de assédio, apenas 11% viram resultados concretos em suas queixas ao reportá-las aos superiores. Apenas uma parcela um pouco maior, de pouco mais de 10%, levou suas denúncias às autoridades policiais ou ao Judiciário, e dessas, apenas 5% viram suas queixas sendo investigadas ou os responsáveis sendo devidamente punidos.

Maria Rita Mesquita, médica e membro da Associação Médica Brasileira, que coordenou a pesquisa, ressaltou que as dificuldades enfrentadas pelas mulheres médicas vão além do assédio e preconceito, incluindo também o excesso de trabalho, dupla jornada, baixa remuneração, más condições de trabalho e o desrespeito. Ela destacou a importância de dar voz a essas mulheres e criar grupos de discussão e ações para enfrentar tais desafios.

A pesquisa, que contou com a participação de mais de 1,4 mil médicas de todo o país por meio de uma plataforma online, teve uma margem de erro de 3 pontos percentuais. Além disso, a Associação Médica Brasileira oferece um canal de denúncias para médicas, por meio do qual as vítimas podem receber orientação jurídica sobre como proceder diante de situações de assédio e preconceito no ambiente profissional.

Diante dos resultados alarmantes da pesquisa, fica evidente a necessidade de ações mais efetivas para combater o assédio, o preconceito e as demais dificuldades enfrentadas pelas mulheres médicas no Brasil. A sociedade como um todo deve se engajar nesse sentido, promovendo a igualdade de gênero e o respeito no ambiente de trabalho, para que as profissionais da saúde possam desempenhar suas funções de forma digna, segura e livre de quaisquer tipos de discriminação.

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