Protesto argentino contra decreto ultraliberal de Milei chega aos tribunais em busca de inconstitucionalidade.

Nesta quarta-feira (27), milhares de argentinos se uniram em uma manifestação convocada pelas centrais sindicais para contestar um decreto do presidente ultraliberal Javier Milei. O decreto visa promover uma profunda desregulamentação da economia argentina, incluindo a reforma de mais de 300 leis que entrará em vigor na próxima sexta. Os manifestantes, que agitavam bandeiras argentinas e clamavam “a pátria não se vende”, entregaram uma petição à Justiça para que declara que o decreto é inconstitucional.

Gerardo Martínez, secretário-geral do sindicato da construção, afirmou que os trabalhadores estão dispostos a defender seus direitos quando se deparam com uma medida inconstitucional. Além de centrais sindicais, organizações sociais também se juntaram à mobilização, protestando contra as mudanças propostas pelo presidente Milei. O decreto, que entra em vigor na sexta, limita o direito à greve, modifica convênios trabalhistas, redefine a jornada de trabalho e abre espaço para a privatização de empresas públicas.

Diante dessa situação, Martínez instou o governo a abrir um diálogo tripartite com trabalhadores e empresários, sugerindo que outros países que também passaram por ajustes severos adotaram essa abordagem. Segundo dados ainda não confirmados, o presidente Milei encerrou cerca de 7.000 contratos de funcionários públicos no contexto de um plano de redução de gastos do Estado.

Com a inflação atingindo mais de 160% e a pobreza afetando mais de 40% da população, o decreto do presidente ultraliberal levantou questionamentos entre os argentinos. A Justiça abriu um expediente para analisar uma ação coletiva contra o decreto e, para que o mesmo seja invalidado, o Congresso, onde o governo tem a terceira minoria, precisará atuar – um processo que pode levar vários meses.

Protestos semelhantes ocorreram em diferentes partes do país, demonstrando a insatisfação generalizada com as mudanças propostas pelo governo. No entanto, a resposta do governo à pressão popular ainda permanece incerta, gerando tensões e incertezas em relação ao futuro da Argentina e de sua economia.

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