No mesmo dia do protesto, o governo enviou ao Congresso um compilado de projetos de lei intitulado “Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”. Esse compilado, apelidado de “lei ônibus” devido ao seu tamanho e abrangência, contém 664 iniciativas, algumas das quais, como a declaração de emergência em diversos temas, têm causado polêmica.
O presidente Milei ameaçou convocar um plebiscito caso o DNU seja rejeitado pelo Parlamento, em uma tentativa de consolidar a narrativa de que é um presidente que vai fundo, contra tudo e contra todos. Analistas concordam que a ameaça de um plebiscito foi uma jogada política para fortalecer sua imagem.
Milei tem se mostrado um presidente proativo, controlando a agenda política nacional e mantendo um nível de apoio semelhante aos 55% dos votos que obteve nas urnas. A oposição parece desestruturada, enquanto os sindicatos reagem às leis trabalhistas modificadas pelo presidente.
Com a inflação descontrolada e um discurso de responsabilização dos governos peronistas pela crise econômica e social do país, Milei continua a encontrar apoio em parte da população argentina. O governo está aproveitando a falta de liderança da oposição e a desestruturação dos sindicatos para avançar suas medidas mais difíceis.
Os próximos passos da presidência de Javier Milei continuam incertos, mas é evidente que ele está buscando consolidar seu poder e implementar mudanças substanciais na estrutura política e econômica do país.