Presidente argentino enfrenta primeiro protesto convocado pela CGT em meio a medidas de ajuste e decretos polêmicos.

Mais de duas semanas após a posse do presidente argentino, Javier Milei, a Argentina enfrenta o primeiro protesto convocado pela Central Geral de Trabalhadores (CGT), historicamente vinculada ao peronismo. O protesto foi repudiado por cerca de 30 mil manifestantes no centro de Buenos Aires, que se reuniram para mostrar sua rejeição às medidas de ajuste anunciadas pela Casa Rosada e ao conteúdo do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), “decretaço” aprovado pelo Executivo na semana anterior. A manifestação resultou em confrontos entre manifestantes e policiais, com seis pessoas detidas.

No mesmo dia do protesto, o governo enviou ao Congresso um compilado de projetos de lei intitulado “Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”. Esse compilado, apelidado de “lei ônibus” devido ao seu tamanho e abrangência, contém 664 iniciativas, algumas das quais, como a declaração de emergência em diversos temas, têm causado polêmica.

O presidente Milei ameaçou convocar um plebiscito caso o DNU seja rejeitado pelo Parlamento, em uma tentativa de consolidar a narrativa de que é um presidente que vai fundo, contra tudo e contra todos. Analistas concordam que a ameaça de um plebiscito foi uma jogada política para fortalecer sua imagem.

Milei tem se mostrado um presidente proativo, controlando a agenda política nacional e mantendo um nível de apoio semelhante aos 55% dos votos que obteve nas urnas. A oposição parece desestruturada, enquanto os sindicatos reagem às leis trabalhistas modificadas pelo presidente.

Com a inflação descontrolada e um discurso de responsabilização dos governos peronistas pela crise econômica e social do país, Milei continua a encontrar apoio em parte da população argentina. O governo está aproveitando a falta de liderança da oposição e a desestruturação dos sindicatos para avançar suas medidas mais difíceis.

Os próximos passos da presidência de Javier Milei continuam incertos, mas é evidente que ele está buscando consolidar seu poder e implementar mudanças substanciais na estrutura política e econômica do país.

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