Forças republicanas aliadas a Trump planejam impeachment de Biden para facilitar retorno do ex-presidente em 2024, mostra relatório.

Há um mês do aniversário de três anos da tentativa de invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, o plano parece estar vivo e ativo na política norte-americana. O relatório divulgado nesta sexta-feira pelo Projeto de Integridade do Congresso e divulgado pelo The Guardian aponta que, apesar da tentativa de anular as eleições de 2020 e da abertura de um processo de impeachment contra o então presidente Donald Trump, os mesmos republicanos que estavam envolvidos nessas ações continuam ativos na política e têm como objetivo tornar Trump ainda mais relevante no cenário nacional.

Liderados pelo ex-presidente, esses republicanos são acusados de insistir nas mentiras sobre o processo eleitoral e preparar o terreno para um retorno de Trump à Casa Branca em 2024. O documento destaca que a destituição do presidente Joe Biden faz parte de uma “manobra política partidária destinada a prejudicar o presidente e ajudar Donald Trump a regressar à Casa Branca”.

A consolidação dessas acusações resultou na abertura de um processo de impeachment contra o democrata, com base em alegações de que Biden teria usado sua influência como vice-presidente de Barack Obama para permitir que seu filho, Hunter Biden, fizesse negócios suspeitos na China e na Ucrânia. No entanto, analistas afirmam que não há provas concretas que sustentem tais acusações, o que torna as chances de destituição do presidente Biden praticamente nulas.

As figuras mais proeminentes neste movimento de destituição são o presidente da Câmara, Mike Johnson, o deputado Jim Jordan, que teve o seu nome endossado por Trump para concorrer à presidência da Câmara, e James Comer, líder do Comitê de Supervisão da Câmara. Além deles, a deputada Marjorie Taylor Greene, que chegou a ser adepta à teoria conspiracionista QAnon, também é mencionada no relatório como uma das principais figuras que continuam promovendo as mesmas teorias da conspiração.

Outros representantes republicanos, classificados como “negacionistas eleitorais e apologistas da insurreição” pelo relatório, são citados, incluindo Scott Perry, Paul Gosar, Virginia Foxx, Pete Sessions, Byron Donalds, Lauren Boebert, Matt Gaetz, e vários outros. De acordo com o diretor executivo do projeto, Kyle Herrig, “A ameaça que Donald Trump e seus aliados republicanos do MAGA representaram para a nossa democracia há três anos permanece”, e os principais atores que pressionam pela destituição agora são praticamente os mesmos de 2021, buscando o poder a todo custo — incluindo a destruição da democracia, se necessário.

O relatório também destaca o papel de Mike Johnson, que teria liderado o movimento para anular o resultado das eleições, e de Jim Jordan, que é apontado como outra peça-chave na conspiração criminosa para reverter os resultados da eleição de 2020. Ambos os representantes teriam ajudado a propagar informações falsas sobre o pleito e pressionado colegas e o governo Trump a rejeitar unilateralmente os eleitores de certos estados. Meses depois, com o processo de impeachment contra Biden em andamento, Jordan chegou a gabar-se de que o movimento estava “impulsionando Trump”, impactando os números das pesquisas de intenção de votos para novembro de 2024.

Em meio a essas acusações e suspeitas, o relatório conclui que a ameaça que o ex-presidente e seus aliados republicanos representam para a democracia dos Estados Unidos continua viva, e os principais atores envolvidos nos eventos de 6 de janeiro de 2021 estão agora liderando a cruzada para destituir o presidente Biden, mesmo sem evidências sólidas que amparem tais ações. Todos estes acontecimentos, segundo o documento, são uma extensão do episódio que chocou os EUA no início de 2021, quando o Capitólio foi alvo de uma tentativa de invasão promovida por extremistas. Portanto, a preocupação com a influência e atuação desses políticos continua a ser fonte de preocupação.

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