Após discussões sobre o pássaro, o biólogo neozelandês Hamish Spencer ficou maravilhado com as cores da ave e começou a estudá-la. Em dezembro, foi publicado um artigo na revista Journal of Field Ornithology, no qual Murillo, Spencer e outros especialistas concluíram que se trata do primeiro registro de dupla fecundação de ginandromorfia bilateral em um saí-verde em mais de 100 anos.
As aves têm acredita-se que o fenômeno ocorre como resultado de um erro durante a meiose do óvulo, com a posterior dupla fertilização por espermatozoides separados, segundo explicaram os especialistas. A condição é menos rara em insetos e crustáceos.
Este é também o primeiro avistamento de um indivíduo vivo com características dos dois sexos nesta espécie de ave, que pode chegar a medir 14 centímetros e é encontrado do México ao Brasil. Os moradores locais estão acostumados a ver fêmeas verdes e machos azuis, mas nunca um com ambas as cores.
O fotógrafo John Murillo destacou que o comportamento da ave era “muito estranho”, já que geralmente ela entrava sozinha no comedouro. Os especialistas, no entanto, não vislumbram um futuro reprodutivo para o pássaro, que, segundo Murillo, é mais amistoso com os humanos do que com outros exemplares de sua própria espécie.
Os especialistas concluíram que o saí-verde ginandromorfo é único no mundo e provavelmente morrerá sem se reproduzir. A observação deste pássaro raro na Colômbia abriu caminho para novos estudos e pesquisas sobre o fenômeno. A condição rara do pássaro deixa os ornitólogos e biólogos ansiosos por mais descobertas sobre a ginandromorfia em aves.