Os números revelam que a atitude de terrorismo em Brasília é amplamente rejeitada em todas as grandes regiões do país por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, incluindo eleitores tanto do presidente Lula quanto do ex-presidente Bolsonaro. Os dados também apontam que, no Nordeste, 91% dos entrevistados reprovam os atos, enquanto no Sul esse número é de 87%.
A reprovação aos atos vandalistas se reflete na opinião dos diferentes eleitores, com 94% dos que declararam voto em Lula e 85% dos que declararam voto em Bolsonaro se mostrando contra as invasões. Além disso, há uma divisão em relação à influência de Bolsonaro nas invasões, com 47% dos entrevistados acreditando que ele teve algum tipo de influência no acontecimento.
Os dados coletados são consistentes com a versão da pesquisa realizada no ano anterior, mostrando uma consistente rejeição aos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2021. Essa expressiva reprovação é destacada como um sinal da resistência da democracia brasileira, revelando que o país não caiu na armadilha da politização da violência institucional.
Felipe Nunes, diretor da empresa Quaest e também cientista político e professor, afirmou que é imperativo que o debate em torno desse assunto não seja contaminado por cores partidárias. Ele ainda destacou que o problema das invasões se trata de um problema do Estado brasileiro e que é a defesa das regras, da Constituição e da democracia que está em jogo nesse caso.
O diretor da empresa também lançou recentemente um livro que trata da polarização política no Brasil, destacando como as posições políticas passaram a fazer parte da identidade individual de cada brasileiro. O país encontra-se em um período de forte polarização, o que tem comprometido o processo democrático em diversas esferas sociais e políticas.