Migrantes acusam autoridades de descumprimento e retomam caravana em direção aos Estados Unidos, no sul do México

Ao menos mil migrantes recomeçaram sua jornada em direção aos Estados Unidos em uma nova caravana nesta segunda-feira (8) no sul do México. A decisão de retomar a marcha acontece após acusarem as autoridades locais de não cumprirem a promessa de impor autorizações para transitar pelo país.

Sob a liderança de uma enorme faixa dizendo “Êxodo da pobreza” e aos gritos de “Não somos criminosos! Somos trabalhadores internacionais!”, os estrangeiros sem documentos retomaram a marcha no estado de Chiapas, fronteiriço com a Guatemala, saindo ao amanhecer da localidade de Arriaga.

Esses migrantes deram início a uma caravana de milhares de pessoas em 24 de dezembro, com o objetivo de chegar aos Estados Unidos para pedir refúgio por razões humanitárias.

Entretanto, a multidão se dispersou em 2 de janeiro, após as autoridades migratórias prometerem atender seus pedidos, incluindo a distribuição de permissões para circularem pelo México. Luis García Villagrán, do Centro de Dignificação Humana AC, que acompanha a marcha, afirmou que as autoridades descumpriram com a promessa, deixando os migrantes em abrigos, separando famílias e causando graves problemas.

O grupo é composto por famílias inteiras, em sua maioria de origem venezuelana e diversos centro-americanos. Algumas crianças levam brinquedos nas mãos. A salvadorenha Rosa Vásquez afirmou: “A Migração mentiu para nós, prometeu algo que não cumpriu, quis apenas desfazer o grupo, mas se enganou, porque aqui estamos todos e vamos caminhar”.

Os migrantes também denunciaram que, nos abrigos, precisaram pagar cerca de 25 dólares e tiveram alguns de seus pertences roubados.

Com mais de 3.000 km de fronteira com os Estados Unidos, o México é um país de trânsito e retenção para migrantes, principalmente de países da América Central afetados pela violência ou pela pobreza, do Caribe e da Venezuela.

No ano passado, a migração para os Estados Unidos alcançou um número recorde, com 2,4 milhões de entradas de migrantes pela fronteira sul dos Estados Unidos, de acordo com a patrulha fronteiriça americana.

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