Segundo relatos do próprio Alexandre Zoró, os invasores deixaram claro que culpam o líder indígena pela denúncia da piora recente na invasão do território e ameaçaram que “se acontecer algo, vai sobrar para ele”. A origem das ameaças ainda não foi determinada, sendo possível que tenham partido tanto de madeireiros, que já estão no território há algum tempo, quanto de garimpeiros, que chegaram recentemente.
O temor em relação à segurança dos líderes indígenas é evidente, com relatos indicando que as ameaças se intensificaram nos últimos dois anos, coincidindo com o governo de Jair Bolsonaro. Além disso, a presença de invasores levanta a preocupação com possíveis aliciamentos de indígenas da comunidade, o que deixaria as lideranças ainda mais vulneráveis.
Uma possível solução para o problema, defendida pelo entrevistado, seria a instalação de bases de vigilância na Terra Indígena Zoró, nos moldes das existentes na Terra Indígena Sararé, também em Mato Grosso. No entanto, uma proposta nesse sentido encaminhada à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no ano passado não teve resposta.
O líder indígena também denunciou a lógica das incursões rápidas das forças de segurança, que não têm sido eficazes para conter os invasores. A Agência Brasil procurou posicionamento de diversos órgãos, como o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério dos Povos Indígenas, a Funai, o Ibama e o ICMBio, mas até o momento não obteve retorno.
A situação é preocupante e revela a vulnerabilidade dos povos indígenas diante de invasões e ameaças, ressaltando a importância de ações efetivas por parte das autoridades competentes para garantir a segurança e integridade dessas comunidades. Ainda há muito a ser feito para combater a invasão de territórios indígenas e proteger aqueles que lutam por sua preservação e perpetuação cultural.