Viúva relata sofrimento de marido em execução inédita nos EUA e pede por mais humanidade e compaixão.

A execução de Kenneth Smith em Alabama, nos Estados Unidos, gerou uma série de contestações e críticas. O homem foi condenado à morte pelo assassinato de Elizabeth Dorlene Sennett, cometido em 1988. Sua execução aconteceu com o uso de gás nitrogênio, em um método inédito nos EUA, o que provocou fortes emoções e debates em torno da pena de morte.

Kenneth Smith sofreu e agonizou por 22 minutos diante do novo método de execução. Sua esposa, Deanna Smith, acompanhada dos filhos, Steven Tiggleman e Michael Bryant, seu amigo Harold Hedgepeth e seu advogado, Robert Glass, presenciou o procedimento, que foi descrito como doloroso e traumático. Deanna Smith detalhou os momentos finais de vida de seu marido, afirmando que ele convulsionou e lutou por ar, causando sofrimento e desrespeitando os princípios constitucionais do país.

A adoção do gás nitrogênio como método de execução foi alvo de críticas por parte de organizações de direitos humanos e das Nações Unidas, que classificaram a prática como “tortura”. Mesmo diante dessas contestações, as autoridades locais se recusaram a suspender o procedimento. Segundo relatos, Kenneth Smith permaneceu consciente por quase dez minutos durante o procedimento, o que demonstra a ineficácia e a crueldade do método.

Não foi a primeira vez que a execução de Kenneth Smith gerou polêmica. Em 2022, quando a injeção letal foi utilizada, houve falhas durante o procedimento e o condenado sobreviveu. Desde então, Kenneth desenvolveu problemas de estresse pós-traumático e depressão. Sua esposa, Deanna Smith, denunciou que ele foi vítima de sofrimento e luta constante, sem que houvesse uma ação para garantir um procedimento digno.

A execução de Kenneth Smith levanta importantes questionamentos sobre a prática da pena de morte e a aplicação de métodos humanitários para a sua realização. Argumentos em defesa do estado de Alabama enfatizaram que o novo método seria indolor e rápido, mas os relatos de testemunhas e a cena da execução contradizem essa justificativa. A busca pela eficácia dos métodos de execução não pode se sobrepor ao respeito aos direitos fundamentais e à dignidade humana.

A família de Kenneth Smith, que viveu sob a expectativa da execução desde dezembro, se deparou com um desfecho negativo e doloroso. O caso gera reflexões sobre a efetividade da pena de morte, a sua humanização e a proteção dos direitos dos condenados, independentemente de seus atos. O uso de métodos inéditos, conduzidos de forma questionável, ressalta a necessidade de debates sérios e éticos sobre a aplicação da pena capital.

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