Dólar sobe com força e ameaça romper teto de R$ 4,95 após quadrimestre de desvalorização

Após quatro pregões consecutivos de queda, o dólar subiu com força nesta segunda-feira (29), ameaçando romper o teto de R$ 4,95. A desvalorização acumulada de 1,53% foi revertida com o cenário externo incerto, marcado pelo temor no setor imobiliário na China e pela expectativa em relação à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A incerteza externa afetou as moedas latino-americanas, inclusive o peso chileno, que apresentou o pior desempenho.

O dólar teve um aumento significativo, atingindo R$ 4,9580 durante a tarde, em sintonia com a queda das ações da Vale que prejudicou o Ibovespa. No fechamento do dia, a moeda era negociada a R$ 4,9459, representando um avanço de 0,71% e acumulando uma valorização de 2% somente no mês de janeiro.

Os operadores destacaram que, após a sequência de quedas, havia espaço para ajustes e movimentos de realização de lucros. O comunicado que acompanhará a decisão do Banco Central americano na quarta-feira é aguardado com expectativa, pois poderá sinalizar cortes na taxa Selic mais cedo ou em momentos específicos do ano.

Outro fator que influenciou o mercado foi o anúncio da balança comercial brasileira, que registrou um superávit comercial de US$ 2,026 bilhões apenas na 4ª semana de janeiro. O Banco suíço Lombard Odier destacou o real como uma das melhores moedas para operações de carry trade, enfatizando que as taxas de juros ainda são altas historicamente.

O banco suíço ainda mencionou que a taxa de câmbio tem se mantido estável em torno de R$ 4,90 desde novembro do ano passado, após atingir um pico de R$ 5,20 no terceiro trimestre de 2023. Além disso, enfatizou a estabilidade do real como um dos melhores candidatos ao carry.

A incerteza econômica externa e as expectativas em relação à decisão do Federal Reserve continuam a influenciar o mercado cambial e exigem atenção dos investidores. A instabilidade do cenário internacional traz reflexos significativos para moedas emergentes como o real. Assim, os próximos dias devem ser de cautela e análise dos desdobramentos das decisões econômicas em vários países.

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